Estações!
Coisas e Coisas

Estações!




Tinha um certo problema com as estações do ano!

Sofria demais com o calor no verão. Sofria demais com o frio do inverno. Torna-se muito sentimental com o outuno... mas, adorava a primavera! E, por causa dela, passava o resto do ano sentindo uma certa saudade. Uma nostalgia de algo que sabia não era possível manter durante o ano todo. Isso, acabava arruinando a primavera e aos poucos passou a sofrer com ela também. Na verdade, sofria com a iminência de seu término.

Tinha um certo problema com as estações!

Nunca sabia ao certo qual delas escolher. Ficava buscando durante intermináveis horas motivos e, quando se dava conta, já tinha perdido a conta de quantas elocubrações insuportáveis e intermináveis tinha pensado. Tudo na sua vida era interminável. Adorava essa palavra, embora ela lhe trouxesse intermináveis preocupações.

Tinha problemas!

Vários... e nem todos eram de origem concreta. Alguns eram problemas corriqueiros: acnes, barriguinha, celulite, dores de cabeça, preguiça. Outros... mais abstratos e, por vezes, impronunciáveis. Mas, não tomava remédios! Talvez por não ter tido muita fé nos médicos, talvez porque sua memória também não era muito boa e esquecia-se das receitas e das recomendações. Talvez ainda porque buscava algo que estivesse além dos ansiolíticos, antidepressivos e afins.

Tinha!

Muitas coisas, mas não satisfazia-se com nada. A única coisa, ou verbo, que talvez pudesse ser aplicada à sua pessoa era "conformar"... havia decidido conformar-se com a vida que vinha levando. Conformara-se com sua casa bem mobiliada e cara. Conformara-se com a parceria que tinha escolhido para passar o resto da vida, embora não houvesse amor alí. Conformara-se com o carro do ano, que tinha um computador de bordo muito inteligente e que ficava dizendo as coisas mais óbvias do mundo. Conformara-se com seu notebook de última geração, que vivia dando pau e deixando-lhe na mão nos momentos mais importantes. Conformara-se! Conformara-se com o gato de estimação que mal lhe olhava na cara. Conformara-se com a sauna a vapor que nunca havia usado. Conformara-se com a lindíssima piscina em forma de piano que era utilizada pelos vizinhos e amigos. Conformara-se com o guarda-roupa cheio com as últimas coleções, utilizadas para ir à jantares chatíssimos com pessoas mais chatas ainda. Conformara-se!

Um dia resolveu agir!

Quando a ambulância chegou em sua casa os vizinhos vieram para as janelas correndo. Ninguém acreditou que havia sido capaz de fazer o que fez. Ninguém entendeu os motivos, as razões, o desespero latente que havia explodido de forma melodramática. Todos ficaram abismados com o tamanho do sorriso que havia em sua face. Sua risada parecia ter saído daqueles filmes B americanos. Uma cena clássica e clichê, como tudo que havia sido escrito até agora!





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