Coisas e Coisas
A Primeira Vez...
- Sou obrigado a confessar que estava um pouco nervoso. Ora, a gente vê essas coisas na TV, pega filmes e presta bastante atenção quando ouve falar do assunto... mas, na primeira vez a gente hesita. Na teoria tudo é muito simples... a prática é que são outros quinhentos.
Ao mesmo tempo, eu tinha um desejo dentro de mim que era assustador. Eu não podia chegar perto de alguém que ficava excitado. Não importava quem... não importava cor, raça, sexo ou idade. Era eu me aproximar e minha cabeça já começa a fantasiar coisas. Flashes estalavam dentro de mim. Eu simplesmente perdia a noção do perigo e me arriscava ser descoberto a qualquer movimento mais brusco. Qualquer relar de pele, qualquer olhada mal dada... tudo era motivo.
Por isso, decidi me preparar. Queria que minha primeira vez fosse perfeita. Um início perfeito. Um percurso perfeito. Um desfecho perfeito. Queria obter um timing perfeito. Não gostaria de aparentar um principiante. Não queria que percebessem minha falta de prática. Orgulho de macho. Orgulho de predador.
Minha primeira preocupação, obviamente, foi encontrar a vítima. Nem preciso dizer que essa questão já me causou muitos questionamentos. Deveria começar com um homem ou uma mulher? Alguém da minha idade? Alguém mais jovem e, teoricamente, mais frágil? Ou uma pessoa mais velha e, talvez, mais disposta a aventuras?
Eu buscava alguém que não fosse um jogo completamente ganho. Não, assim não teria graça. Ao mesmo tempo não queria dar um passo maior do que as pernas. Não podia entrar em uma aventura em que eu não estivesse no controle da situação. O controle da situação... será que era isso que eu buscava? Minha busca toda se resumia em estar no comando da situação? Era tudo uma questão de poder?
Durante bastante tempo eu busquei a pessoa ideal. Todas as vezes que saía de casa, meus olhares estavam concentrados nisso. Era meu objetivo. Alta demais, gordo demais, magra demais, baixo demais. Papo chato, pseudo intelectual. Burra demais. Jovem demais. Apressado demais. Nunca encontrava a pessoa certa e começava a desconfiar que estava sendo exigente demais. Mas eu tinha colocado na cabeça que minha primeira vez teria de ser especial. E foi.
Na verdade, a resposta estava na minha frente o tempo todo. Encontrei-a em uma noite em que acordei com muita sede. Levantei da cama com muita má vontade, maldizendo a comida da minha mãe. Salgada demais. Indo em direção a sala, encontrei a porta do quarto de minha irmã entreaberta. Não imaginei nada de imediato. Foi só quando me aproximei para fechar a porta e vi seu corpo iluminado pela meia luz do abajur que a idéia começou a crescer dentro de mim.
Sua imagem inspirava fragilidade, mas ao mesmo tempo, o clima de perigo de fazer o que eu queria, dentro da minha própria casa, era extremamente excitante. Era ao mesmo tempo algo sublime e perverso. Exatamente como eu me sentia. Alguém destinado a realizar coisas sublimes e perversas. Alguém que não se contentava com a mediocridade da maioria das pessoas. Alguém que tinha coragem de fazer suas próprias escolhas. E, nesse momento, eu escolhi: minha primeira vez seria com minha irmã.
Fui até a cozinha e bebi a água. Tentei diminuir um pouco a excitação que me assaltava. Não queria errar. Não queria ser descoberto e interrompido. Uma vez começada a ação, não haveria volta... ainda mais nesse caso. Ali mesmo tirei toda a roupa. Não iria usar nada que não fosse meu corpo. Naquele momento seríamos apenas eu e ela. Unidos, para sempre.
Ao lado da cama, parado e ereto, ainda hesitei. Na teoria tudo é muito simples... a prática é que são outros quinhentos. Ora, a gente vê essas coisas na TV, pega filmes e presta bastante atenção quando ouve falar do assunto... mas, na primeira vez a gente hesita. Sou obrigado a confessar que estava um pouco nervoso.
Quando eu deitei na cama, junto dela, não houve nenhum estranhamento. Não era a primeira vez que dormíamos juntos. Ela deve ter estranhado um pouco quando percebeu que eu estava nu. Meu corpo foi se encaixando no dela. Era eu. E era ela, a minha irmã. Juntos. Percebi que ela ficou um pouco tensa. Será que ela já imaginava o que estava por vir?
Ela olhou para trás. Eu encontrei os seus olhos. Eu entendi. Agora eu sabia exatamente tudo o que devia fazer. Fiz com que ela deitasse com as costas na cama. Fui sobre ela. Beijei suas coxas. Seu abdômen. Seus seios. Não beijei sua boca. Olhando nos seus olhos, eu entrei nela. Não sei dizer se era a primeira vez que ela era penetrada. Não importava. Comecei a me movimentar. Eu queria que ela sentisse prazer. Tudo só se completaria como eu imaginava se ela sentisse prazer. E ela sentiu.
Quando eu vi, no seu rosto, que ela sentia prazer, eu me senti livre para sentir prazer também. Levei minhas mãos que estavam em seus quadris para os seios. Dos seios elas passaram para os ombros. Dos ombros subiram pela nuca, chegaram à boca. Foram mordidas. Ela realmente sentia prazer. Da boca, minhas mãos foram para o pescoço. Enquanto eu lhe dava prazer, eu também receberia.
Quando eu comecei a apertar o seu pescoço ela mal percebeu. Ainda estava inebriada pelo prazer. Quando o ar começou a lhe faltar, ela abriu os olhos e me olhou assustada. Tentou esboçar uma reação, pequena. Tentou falar algo, mas eu imprimi um ritmo mais forte à penetração. Suas mãos seguraram meus pulsos. Sua boca ansiava pelo ar. Seu corpo contraía-se. Não sei se pela dor ou pelo prazer. Eu me aproximava do orgasmo e ampliava minha energia no que fazia.
No momento do orgasmo eu não conseguia pensar em nada, só na felicidade de estar realizando meu sonho. Acho que me saí bem na minha primeira vez. No dia seguinte todas as pessoas comentavam como eu estava quieto e pensativo. No enterro da minha irmã eu não falava com ninguém. Observava as pessoas. Em busca de minha segunda experiência.
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