Mano Chao
Coisas e Coisas

Mano Chao


Ao Zenith-Strasbourg, 16 de junho de 2008.

que voy a hacer - je ne sais pas
que voy a hacer - je ne sais plus
que voy a hacer - je suis perdu
que horas son, mi corazón


O show foi muito doido e todos os instrumentistas eram bons. O tecladista, o trumpetista e o baterista eram bem bons e não perdiam o ritmo jamais, sempre tinham entradas legais dentro das músicas e faziam a diferença. O trumpetista fez muito a diferença e estou pra concluir que uma banda tem que ter pelo menos um instrumento de metal pra ser uma banda de verdade. Além disso, a banda tinha uma tipo percussão que praticamente não aparecia. Eu reparava o cara tocando e não escutava. Algumas vezes, entretanto, parece que aumentavam o som dele pra ele fazer umas batucadas à la Olodum. Eu achei que a banda tem MUITA influência de música brasileira e, em particular, nordestina. No início do show, parecia que o Mano Chao tava meio desempolgado... praticamente não tocava a guibson cor de barro dele, fazia só a base em algumas músicas. O baixista eu não gostei muito não, era um cara de cabelo raspado, fortão e que gritava com raiva, achei que ele era um tipo de fanático de direita e fiquei meio com medo. O guitarrista tocava benzão e fez uns ritmos caribenhos num violãozão que ficaram doidos, mas também não fui muito com a cara dele. Era um tipo de narcisista que ficava falando pra galera aplaudir o que ele fazia e tal, era meio metido e tocava tbm um esquema bem música da Bahia.

Por falar nisso, muitas das músicas eram tipo axé. Eu fiquei impressionado com a influência do axé na música do Mano, eu não sabia que o axé estava expandindo as fronteiras e conquistando o mundo. O show tem toda energia de um show de axé e a galera dança e pula sem parar. Achei engraçado os europeus pulando igual lá na Bahia. As primeiras músicas que ele tocou (a Aline me disse que eram as do CD novo) eram inequivocamente de axé; e pronto. O baixista fazia um truquezinho axezístico repetitivo e o guitarrista tocava e pulava levantando os pés pra trás igualzinho um guitarrista de axé: idêntico! Teve uma hora que pensei: não acredito que paguei 30 euros pra ver um show de axé... como se não bastasse, o cara parece que tem um filho brasileiro e inventa de cantar umas músicas em uma língua que ele acha que é o português mas que eu acho que ele inventou mesmo. Não dá pra entender muito bem...

Mas enfim, depois de mais um tempo parece que ele começou a cantar as músicas mais tradicionais dele e o esquema ficou melhor -- na minha opinião, óbvio. O baixista, que no início do show comandava com sua potência e raiva nazista começou a desaparecer. O cara tocou vários reggaezinhos que no fim viravam punk-rock e que eu teria preferido se continuassem reggaeando, mas aí cada um com seu estilo.

Achei o tal do Zenith-Strasbourg bem legal e bom pra ter shows. O esquema tava lotado e eu nunca tinha visto europeus tão animados assim. O Mano Chao parece que gostou tbm pq ficou babando ovo da galera pra caralho e o show nunca acabava. Achei que ele tava prolongando muito pq ele despedia toda hora e achei que ele tava continuando pq tava gostando da energia da galera e tal, mas no fim do show alguém me disse que o show estava mesmo programado pra durar 3 horas. Acho que começou umas 21.30 e foi quase até uma da matina. Eu saí na última música, estava suado e cansado mesmo. Ainda tive que voltar de bike porque não tinha mais tram.

Finalmente, como as músicas do cara falam sempre de maryhuana, a galera fumava lá dentro direto. Vi vários neguinhos fumando hax e outras paradas. Foi doido e estou empolgado de ir mais frequentemente assistir shows de bandas por aí. Avisem-me quando for rolar alguma coisa!



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