Hugo Ribeiro e a Valentim de Carvalho
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Hugo Ribeiro e a Valentim de Carvalho


Sigo de muito perto a notícia publicada no Diário de Notícias sobre Hugo Ribeiro (1925-2016), que começou a trabalhar na firma de discos Valentim de Carvalho na década de 1940, então no Chiado (Lisboa).

A partir de 1951, gravou a voz de Amália Rodrigues e a guitarra de Carlos Paredes – o que significa que ninguém soube registá-las tão bem, segundo o editor discográfico David Ferreira, que trabalhou com ele. Hugo Ribeiro viveu um “tempo em que grandes artistas torciam o nariz à ideia de gravar. Obrigou-se a dar-lhes o som verdadeiro”, disse o mesmo David Ferreira, que ainda contou que “em 1961, esperou que Alfredo Marceneiro acabasse a sua ronda pelas casas de fado para conseguir finalmente registar um LP do fadista que já tinha mais de 70 anos. E, mesmo assim, ou ele ou o [editor] Rui Valentim de Carvalho ainda tiveram de se lembrar dum expediente para Marceneiro, que ao chegar ao estúdio queria cancelar o projeto, gravar sem o «ambiente» das casas de fado: vendaram-lhe os olhos”.

Hugo Ribeiro gravou durante cerca de 40 anos, quase todos os grandes do seu tempo: Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Carlos Paredes, Max, Maria Teresa de Noronha, Lucília do Carmo, Carlos Ramos, Fernando Farinha, António dos Santos, Celeste Rodrigues, Fernanda Maria, João Ferreira-Rosa, Maria da Fé, Teresa Silva Carvalho, Vicente da Câmara, Tristão da Silva, Alberto Ribeiro, Milú, João Villaret, Trio Odemira, Eugénia Lima, Júlia Barroso, Maria Clara, Maria de Lourdes Resende, Maria de Fátima Bravo, Rui de Mascarenhas, António Calvário, Conjunto Académico João Paulo, Luiz Goes, Simone de Oliveira, Tony de Matos, Duo Ouro Negro, Thilo's Combo, José Afonso, Sheiks, Marco Paulo, Carlos do Carmo, Frei Hermano, José Cid, Paco Bandeira, António Mourão, Beatriz da Conceição, Jorge Palma, Rão Kyao, Opus Ensemble, Tantra, UHF, GNR, Trovante, Carlos Paião e Vitorino.

Após inauguração dos estúdios da Valentim de Carvalho, em 1963, Paço d’ Arcos, o técnico de som passou a ter outras condições de trabalho e o estúdio atraiu intérpretes estrangeiros como Cliff Richard, Joan Manuel Serrat ou Julio Iglesias. As últimas gravações de estúdio de Carlos Paredes foram também as últimas que fez (década de 1990).



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