A acordeonista Eugénia Lima, de 88 anos, morreu ontem ao final da tarde, na sua residência, em Rio Maior. Retiro a informação da página do Diário de Notícias:
"Eugénia Lima, filha de um afinador de acordeões, estreou-se aos quatro anos no Cinema-Teatro Vaz Preto, em Castelo Branco. Profissionalmente, a sua estreia data de 1935, no Teatro Variedades, em Lisboa, no elenco da revista "Peixe-Espada". A acordeonista tornou-se um caso de sucesso e, em 1943, começou a gravar a solo, tendo registado ao longo da carreira, mais de uma dezena de discos em que gravou temas populares, de diversos compositores, versões para acordeão e várias composições de sua autoria. Em 1947 venceu o concurso de acordeonistas da Emissora Nacional e, em 1956, fundou a Orquestra Típica Albicastrense. Com a orquestra e a solo, a acordeonista que se tornou popular com temas como
Picadinho da Beira,
Minha vida e
Fadinho de Silvares, percorreu o país e os palcos internacionais. Tendo-lhe sido recusada a entrada no Conservatório Nacional de Lisboa, aos 13 anos, aos 55 recebeu o diploma do Curso Superior de Acordeão, na categoria de Professora, pelo Conservatório de Acordeão de Paris".
Eugénia Lima seria famosa no final da década de 1950 e ao longo da década de 1960. De seguida, publico dois programas de Serões de Trabalhadores onde ela actuou, enquadrada no conjunto dos mais importantes artistas da época.
"2 de Janeiro de 1960 (sábado) – Serão para Trabalhadores organizado pela Emissora Nacional e pela FNAT dedicado ao CAT da Casa Olaio e transmitido do ginásio do Liceu de Camões. Das 21:45 às 22:30 (conjunto Shegundo Galarza, clarinetista espanhol Jaime Peres, José Manuel, Maria Marice, Alberto Ramos e a acordeonista Eugénia Lima) e das 22:45 às 23:30 (orquestra ligeira dirigida por Tavares Bello, Elsa Vilar, Manuel Serrano, Paula Ribas, Rui de Mascarenhas, Cristina Maria, Madalena Iglésias e Coro Feminino".
"16 de Janeiro de 1960 (sábado) – Serão para Soldados dedicado ao Regimento de Infantaria 14, e transmitido do Teatro de Viseu (gravação: dia 13, 4ª feira). 1ª parte (21:45 às 22:30) – orquestra ligeira dirigida por Tavares Bello, Alice Amaro, António Calvário, Maria Fernanda Soares, Trio Lifer (acordeões) constituído por Eugénia Lima, Fernando Ribeiro e Fernanda Guerra e Maria Clara, 2ª parte (22:45 às 23:30) – orquestra ligeira dirigida por Tavares Bello, Maria do Espírito Santo, Margarida Amaral, Maria de Fátima Bravo, Guilherme Kjolner e Maria de Lurdes Resende". Observação: cada cantor(a) cantava uma a duas canções.
No VIII Festival Hispano-Português da Canção do Douro, de 13 a 15 de Agosto de 1967, organização do Palácio de Cristal, Porto, actuaria Eugénia Lima, com o valor de 1000$00 (valor médio ultrapassado apenas pelas estrelas da época Simone de Oliveira, José Viana e Teresa Tarouca, pagos com 1500$00). Recorde-se que o salário médio na indústria e nos transportes em 1965 estava fixado em torno de 49$30 diários em Lisboa e 31$70 no Porto.
A acordeonista pode ser vista em vídeo, aqui e aqui.
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