Coisas e Coisas
CADEIA DE VALOR DO AUDIOVISUAL
Fiz aqui, no dia 17, referência ao último número da revista
Observatório, do Obercom, dedicado ao tema em título. Trata-se de um importante documento de trabalho, a estudar e discutir nos espaços específicos, nomeadamente na universidade.
Metodologias e capítulos
Destaco a operacionalização do conceito de cadeia de valor, que partiu de Michael Porter (1985), quando este a introduziu para se compreender a vantagem competitiva. Os estudos presentes no número da
Observatório (2004: pp. 25-26) incluem a análise dos seguintes trabalhos: 1) Zerdick et al. (2000), que a aplicaram ao sector dos media, combinando as várias fases da cadeia de valor com as fontes de retorno do investimento; 2) Banco de Investimento Europeu (2001), que aplicou o conceito do estudo anterior ao cinema, diluindo a a fase do pré-financiamento na pré-produção através da introdução do estádio de desenvolvimento; 3) Arthur Andersen (2002); PIRA International (2003), não apoiada em estruturas horizontais e verticais mas numa óptica de interdependência. O conceito de cadeia de valor, apresentado no capítulo 2, surge mais bem desenvolvido no capítulo 4.
[
quadro retirado do estudo da consultora Arthur Andersen (2002). Outlook of the development of technologies and markets for the European Audiovisual sector up to 2010; ver o relatório em Andersen]
Já o capítulo 3 traça a distinção entre duas abordagens principais de classificação: 1) americana, baseada na NAICS,
North American Industrial Classification System (2002), que aponta para as rápidas evoluções tecnológicas, industriais e empresariais e engloba as indústrias do audiovisual na macro-classificação da informação; 2) europeia, assente na NACE,
Nomenclatura Estatística das Actividades Económicas da União Europeia, mas também no relatório do Banco Europeu de Investimento e no Observatório Europeu do Audiovisual, em que este último opta por uma identificação em cinco ramos: cinema, televisão, vídeo, publicidade e produção institucional e educacional, e multimedia.
Os capítulos 5 (aplicações do conceito de cadeia de valor, ou declinações como surge no texto do Obercom, às várias indústrias do audiovisual) e 6 (aplicações às indústrias do audiovisual em Portugal) completam o estudo.
As metodologias empregues no estudo de Carla Martins e colegas para o Obercom foram: análise documental, entrevistas com observadores qualificados do sector, avaliação de experiências internacionais e painel composto por representantes de várias entidades.
Leitura: Obercom (2004). "A cadeia de valor do audiovisual".
Obercom, 9. 84 páginas, €10. A equipa que produziu o estudo é composta por Carla Martins (investigadora principal), Maria João Taborda e Nuno Conde. Integram ainda a equipa: Fausto Amaro, Luís Landerset Cardoso e Maria João Cunha (projecto Media e Comunicações).
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O conceito foi inicialmente definido por Michael Porter e aplicado às actividades económicas e empresariais. Explica, de modo linear, cada actividade dentro da criação de valor de um bem, produto ou serviço, construindo um "valor" (uma rentabilidade)...
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Volto hoje ao texto de Carla Martins e colegas, saído na revista do Obercom com o título A cadeia de valor do audiovisual (2004). Sigo a cadeia de valor do cinema (2004: 68-69).
Considera-se uma cadeia de valor composta...
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