The last kiss...
Coisas e Coisas

The last kiss...






Quando eu a vi pela primeira vez, eu já sabia. Ela veio vestida de preto, suave e delicada. Não era como sempre me pintaram. Não dizia as coisas que sempre me disseram que ela falaria. Ela chegou como quem não queria nada de mim. Tocou meu rosto e se apresentou. Tinha lágrimas nos olhos. Sua aparência era linda, mas ao mesmo tempo, triste. Ao seu redor tudo parecia deixar de fazer sentido. Era apaziguadora. Oferecia uma sensação de paz, mas ao mesmo tempo, o fim.

Debruçou-se sobre mim e contou histórias. Contou-me de todas as vezes em que já havia se aproximado de mim. Contou-me de como sentiu meu perfume e hesitou em tocar-me. Contou-me das coisas boas que fiz. Das ruins, também. Contou-me das viagens que fez e das pessoas que tocou. Contou-me dos tempos passados. E dos que ainda estão por vir.

Sua presença era intoxicante. Inebriante. Algo que você sabe que não vai mais conseguir viver sem. E ela não veio sozinha. Quando finalmente consegui olhá-la nos olhos pude enxergar todos os que a acompanhavam. Uma multidão de sedentos. Viciados em sua doçura. Ansiosos por uma segunda chance, que jamais virá.

Então ela esclareceu as regras. Disse que, se eu quisesse, poderia beijá-la. Uma única vez. E seríamos feitos da mesma matéria. Nos tornaríamos um. Tudo o que um sentisse, o outro sentiria também. Compartilharíamos o que comumente chamamos de alma.

Me pediu que pensasse muito antes de decidir. Não havia pressa. Não havia porque tomarmos decisões afinal tínhamos todo o tempo do mundo somente pra nós. Ela foi clara. Precisa. Esclareceu tudo o que necessitava esclarecer. Alertou-me de tudo que era necessário alertar.

E, mesmo assim, eu quis...

Então, ela chorou. Beijou-me chorando. Beijou-me com prazer e pesar. Beijou-me como quem dá o último beijo, porque, este, realmente, o era.





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