Coisas e Coisas
REMEDIAÇÃO
Remediação – é definida por Paul Levinson como o processo “antropotrópico” pelo qual as novas tecnologias dos media tornam melhores [improve upon] ou rectificam [remedy] as tecnologias anteriores. Bolter e Grusin (2000: 273) usam remediação como lógica formal pela qual os novos media renovam [refashion] as formas dos media anteriores. Ao lado da imediacia e da hipermediacia, a remediação é um dos três elementos da sua genealogia dos novos media.
Hipermediacia [hypermediacy] – estilo de representação visual cujo objectivo é lembrar ao espectador o meio que ele usa para ver. Uma das duas estratégias da remediação; a outra é a imediacia.
Imediacia [imediacy] ou imediacia transparente – estilo de representação visual cujo objectivo é fazer esquecer ao espectador a presença do meio (tela, filme fotográfico, cinema, etc.) e acreditar que ele está na presença de objectos de representação. Uma das estratégias da remediação; a outra é a hipermediacia.
Leitura: Jay David Bolter e Richard Grusin (Remediation. Understanding new media, 2000: 272-273)Os estudiosos dos media aceitam o mito moderno do novo: as tecnologias digitais como a internet, a realidade virtual e os gráficos de computador estabelecem um divórcio face aos media anteriores, com novos princípios estéticos e culturais. Jay David Bolter e Richard Grusin põem em causa esta concepção, oferecendo uma teoria da mediação na idade digital. Bolter e Grusin argumentam que os novos media encontram significado cultural precisamente porque prestam homenagem e renovam os media anteriores como a pintura de perspectiva, a fotografia, o filme e a televisão. Ao processo de renovação, eles chamam "remediação", referindo que os media anteriores se renovaram face a media ainda mais antigos: a fotografia remediou a pintura, o filme remediou a fotografia, a televisão remediou o filme, o teatro de revista e a rádio (da contracapa do livro de Jay David Bolter e Richard Grusin).Philip Steadman, que analisou a obra de Jan Vermeer (Vermeer's Camera, livro de 2001), nomeadamente a Lição de Música, conclui que o artista empregou a câmara escura para obter melhores pormenores nas cenas que pintou. Por isso, e na sequência de Steadman, Jay David Bolter e Richard Grusin defendem que, se a imagem de Vermeer é uma fina imitação da realidade, quadros gerados por computador tendo como exemplo a pintura de Vermeer (ou outra qualquer) efectuam um trabalho de remediação (Bolter e Grusin, 2000: 115-119).
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