Coisas e Coisas
O fanático jornalista esportivo
Pedro Augusto, antigo colega da imprensa esportiva, é um daqueles sujeitos que só sabem falar de um assunto: futebol. O dia inteiro, em qualquer lugar. Na infância, acompanhava jogos pelo rádio - era fã dos grandes locutores - e ia sempre ao estádio com o pai. Adorava jogar futebol de botão e conseguiu completar o álbum da Ping Pong da Copa de 82. Até hoje, gaba-se de ter sido o único garoto da escola a ter a figurinha do craque polonês Boniek.
Na adolescência, os colegas diziam que, quando ia ao banheiro, preferia carregar uma revista Placar a uma Playboy. Sempre sonhou ser um jornalista de Esportes. Tornou-se um estudioso da área. Foi o primeiro cara que conheci que assistia aos jogos do Campeonato Holandês. Está por dentro de todas as regras, analisa esquemas táticos, organiza estatísticas de competições pelo Brasil, do Sul até o Acre. E o pior: adora ficar demonstrando todo o seu conhecimento. "Vocês sabiam que quem marcou o primeiro gol do Brasil em Copas do Mundo foi o Preguinho, em 1930?" Chato pra caralho!
O futebol para o Pedro Augusto não é apenas o seu trabalho. É a sua vida. Num plantão de domingo, após fazer a matéria de uma partida no estádio e voltar para a redação para ver os gols da rodada com os amigos, chegou em casa e foi assistir ao VT de Vasco x Fluminense, um zero a zero de dar medo. Não sei como a mulher do Pedro o agüenta. Aliás, não sei como ele consegue conciliar tanto fanatismo pelo futebol com seu casamento. Eu, por muito menos, fui trocado por um office-boy.
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