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Esta semana vimos um vídeo com uma jornalista da CBS a dizer numa reportagem em directo o que estava a acontecer na guerra do Iraque: menos reconstrução e mais preocupação com a segurança. E acusava os media americanos de não reportarem os mortos em combate deste país.

Hoje, o Observer faz notícia de duas páginas com outra frente de guerra internacional: o Afeganistão. Isto a propósito da primeira vítima mortal feminina das tropas inglesas, na semana passada: Sarah Bryant, de 26 anos. Além da reportagem, o jornal traz uma fotografia dela quando se casou, em 2005.

As mulheres estão impedidas de permanecer na linha da frente, pois qualquer combate pode ser fatal. Estar na linha da frente é enfrentar o inimigo e matar (ou ser morto). Mas, no Afeganistão, o conceito de linha da frente é cada vez mais ténue. E, lá como no Iraque, o perigo ronda as mulheres desde que estas saem do quartel, escreve Mark Townsend.

Mas há que reparar noutro aspecto: com Bryant morreram três homens, aos quais não foi dado muito relevo. O enquadramento e o valor-notícia iriam para a única mulher desse grupo, prova da inexactidão (tendência) ou do sensacionalismo das notícias. Não há qualquer diferença entre a morte de um homem e a morte de uma mulher. Um desses homens igualmente desaparecidos, Sean Robert Reeve, de 28 anos, sabia que estava num emprego perigoso num sítio perigoso. Ele quis oferecer canetas e lápis às crianças afegãs que não tinham nada dessas coisas. Algo muito diferente do seu país, Reino Unido, onde os temas são outros. Com lápis e canetas mais do que suficientes, as escolas oferecem preservativos, testes de gravidez e pílulas do dia seguinte a adolescentes femininas a partir dos onze anos (como diz a manchete do mesmo The Observer de hoje).

Mundos diferentes, mundos igualmente violentos. Do ponto de vista moral, o mundo da comunidade invasora não parece melhor do que o país situado nos confins da civilização.



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