A história da rádio segundo Álvaro de Andrade (7)
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A história da rádio segundo Álvaro de Andrade (7)


Em 1970, numa coleção de artigos no Diário Popular, Álvaro de Andrade escreveu sobre as memórias do tempo em que era colaborador da Emissora Nacional, logo nos seus primeiros anos de atividade. O texto de hoje saiu em 15 de setembro de 1970 e versou sobre um cortejo regional folclórico. Já o Estado Novo dominava politicamente o país e António Ferro ensaiava as suas estratégias de arte e cultura popular a culminarem nas comemorações dos centenários de 1940.


Em 1938, ainda Henrique Galvão estava à frente da Emissora Nacional de Radiodifusão, a estação organizou o Grande Cortejo Regional do Campo Grande. Álvaro de Andrade contou três mil homens e mulheres, do Minho ao Algarve, representando os vinhedos, os pomares, as amendoeiras, o jaspe.

O desfile durou cerca de duas horas. Duas notas, a primeira para escrever o seguinte: à época, o Campo Grande ficava no extremo da cidade e era local de feiras e corridas de automóveis. Penso que, algum tempo depois, o Benfica funcionava num estádio de tábuas, antes de se mudar para as Amoreiras e se fixar na Luz, espaço depois ocupado pelo Sporting. Segunda nota: o desfile de quilómetro e meio de extensão lembra a atual marcha de Santo António, pela avenida da Liberdade abaixo.

Carros alegóricos, etnografia, orfeões e bandas de música faziam parte da reconstituição histórica, um dos objetivos do desfile, dividido em doze grupos. O jornalista destacou a representação da Estremadura, e de Lisboa, os pescadores da Nazaré, com um barco puxado a bois, e os campinos do Ribatejo. Álvaro de Andrade seria o organizador do grupo do Minho.



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