Coisas e Coisas
A banda
Estando sempre à toa na vida, ontem fiz meu primeiro show em uma banda (mais ou menos) de verdade, apresentando em algum lugar. O lugar foi o bar "Le Mosquito" aqui em Strasbourg e banda era composta por mim e mais quatro bródis recentes que fiz por aqui. A apresentação foi divertida, principalmente porque estávamos entre amigos. Está claro, entretanto, que não dá pra se apresentar num bar tendo ensaiado seriamente apenas uma única vez. Um francês disse alguma hora (eu não escutei, mas não importa) que não queria escutar aquela "música de merda" e o dono do bar veio e o mandou embora, a gritos, por conta disso. Não que a música estivesse boa, mas ele achou que o sujeito deveria ao menos ter-nos respeitado, e ele está bastante certo. Creio que ficou estressado por conta disso, pois no final da noite impediu uma galera de entrar porque disse que houvera tido problemas -- não sei se o problema foi o sujeito ou a própria banda.
Enfim, embora não tenha sido definitivamente uma boa apresentação, foi um ponta-pé inicial. Creio que de um show acústico sem escolha de vocalistas (todos cantando aleatoriamente as músicas, inclusive sem saber algumas letras) passaremos a plugar ao menos uma guitarra e um microfone, tendo alguém para cantar e guiar -- com a devida afinação, espera-se -- cada uma das músicas, mesmo que os outros acompanhem. Veremos...
No fundo descobri também que "ter uma banda" é algo difícil no sentido de que cada um tem um interesse, um ideal, uma idéia diferente sobre o que fazer e é preciso acalmar os ânimos de todos e tentar chegar a algum comum acordo. Há sempre os que querem falar mais alto e impor de forma mais categórica sua opinião -- as vezes é a gente mesmo. "Ser da banda" não deixa de ser um esquema meio psicológico, um tipo de big-brother sem câmeras (que inclusive, descaracteriza completamente o nome big-brother no sentido orwelliano do termo e dá a ele apenas um sentido moderno e global -- enfim, mais pobre). Seres humanos não são simples...
Enfim, com cinco caras que tocam violão na banda, acabei me dando melhor na percussão e o triângulo que comprei por trinta reais na Serenata -- além das aulas de que tive com o Jones-Esquisito lá no Ziriguidum -- foram, sem dúvida, de grande valia. O chocalho chicken-shake que comprei lá na Inglaterra também fez diferença. A moçadinha chegou mesmo a dançar e tivemos nossos bons momentos. Mas precisamos melhorar muito ainda se quisermos mesmo levar adiante esta idéia. No mais, duvido que o dono nos deixe tocar de novo na próxima semana... mas, talvez, no próximo mês pode rolar.
Desejem-me boa sorte!
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