"DISNEYZAR" O MUNDO
Coisas e Coisas

"DISNEYZAR" O MUNDO



Alan Bryman, em The Disneyization of society (2004, reeditado nos anos consecutivos), olha o mundo com lentes opostas à de George Ritzer (ver nomeadamente o que escrevi em 9, 17 e 25 de Novembro e 5 e 14 de Dezembro de 2006).

Isto é, Ritzer olha a mcdonaldização como a racionalização associada ao fordismo, gestão científica e burocracia, decomposta em quatro pontos: 1) eficiência, 2) calculabilidade, 3) previsibilidade e 4) controlo. Para o mesmo autor, "Estandardização e homogeneidade são outros elementos vitais para a McDonaldização – isto é, os negócios da McDonald’s oferecem produtos e serviços de forma eficiente na medida em que existe, para os consumidores, uma escolha limitada. Rapidez, linha de montagem e códigos escritos de conduta dos vendedores da comida McDonald’s situam-se na linha definida por Ritzer de McDonaldização. Trata-se [...] de uma perspectiva pessimista de olhar a presente sociedade de consumo" (
texto escrito aqui em 9 de Novembro de 2006).

Já o pensamento de Bryman, embora afirme apostar na linha de pensamento de Ritzer, vai dar a resultados diferenciados. A essência da disneyização é o consumo e o aumento de interesse fornecido por produtos e serviços como variedade, imaginação e espectáculo. O autor aponta quatro princípios: 1) tematização (narrativas pouco articuladas com instituições ou objectos mas que resultam na popularidade destas), 2) consumo híbrido (formas diversificadas ligadas a esferas institucionais distintas), 3) merchandising (promoção e venda de bens sob a forma de imagem e/ou logótipo de instituições), e 4) trabalho performativo (tendência de olhar o trabalho como performance ou filosofia de valor).


Bryman elege os parques temáticos da Disney como estrutura base do seu conceito, onde o temático quer dizer significados e símbolos distintos e partilhados por consumidores, com novas oportunidades de entretenimento e experiências, em que nos expomos constantemente a formas de entretenimento e permanecemos mais tempo num local porque gostamos dele e consumimos mais. A ênfase é colocada na paisagem dos serviços [servicescape], onde o ambiente físico se adapta ao serviço apresentado. Música, desporto, moda, cinema e arquitectura são algumas das áreas empregues e visíveis em parques de diversão, restaurantes McDonald's, centros comerciais, lojas temáticas, cidades e museus.



loading...

- Tipologia De Visitantes Dos Centros Comerciais
Alan Bryman estabelece uma interessante tipologia de visitantes dos centros comerciais, numa escala decrescente de participação: 1) entusiastas, 2) tradicionalistas, 3) passeantes (chama-lhe mesmo os que "pastam"), e 4) minimalistas. Os passeantes...

- Entre Os PÚblicos E As AudiÊncias
Aos meus alunos da disciplina de Públicos e Audiências (no dia em que as notas foram afixadas). Este semestre foi, para mim, muito produtivo. O sucesso deveu-se, também, ao entusiasmo dos alunos. Elenco aqui as razões principais: 1. Os momentos...

- A Sociedade Mcdonaldizada (1)
[conjunto de cinco mensagens] De Ritzer a Debord, Baudrillard e Klein Segundo George Ritzer (2004a), o sucesso da cadeia de restaurantes McDonald’s deve-se à existência de quatro tópicos principais aplicados a clientes, trabalhadores e gestores:...

-
UMA SOCIEDADE MCDONALDIZADA (baseada na alimentação McDonald's) - II [continuação do texto de ontem] Segundo George Ritzer (2004), o sucesso da McDonald's deve-se a que oferece aos clientes, trabalhadores e gestores eficiência, calculabilidade,...

-
UMA SOCIEDADE MCDONALDIZADA (baseada na alimentação McDonald's) - I Sobre o filme Supersize me (Trinta dias de fast-food) Morgan Spurlock é realizador e actor principal de Supersize me e conta-nos a sua saga de cliente habitual da comida...



Coisas e Coisas








.