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NOVAS TECNOLOGIAS E CONSUMO DOMÉSTICO (II)

[continuação da mensagem de 7.9.2004]

No seu texto, Hirsch (2003) divide a longa duração de 200 anos por si estudado em cinco períodos distintos (embora sobrepostos). O primeiro período, de cerca de 1780 a 1850, é o da revolução da velocidade [o autor tem por cenário a industrialização inglesa; se formos aplicar a sua grelha a Portugal, começaríamos bem mais tarde, optimisticamente desde 1850].

Trata-se da velocidade dos bens manufacturados produzidos e transportados e da velocidade com que os consumidores destes bens os consomem e os transportam. Este primeiro período engendra uma crise de controlo que fornece os contornos do segundo período. De 1850 a 1880, formula-se uma série de estratégias sociais e técnicas para coordenar e integrar o frequente conjunto não discernível de relações geradas entre a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços: entre as unidades domésticas e as ligações mais profusas.

Estas estratégias sociais e técnicas seriam sistematizadas durante o terceiro período, de 1880 a 1940. Foi durante esta época que o ideal cultural, que emergiu cem anos antes, foi codificado nos espaços de habitação nos subúrbios e se tornou uma realidade para a maioria da população (no Reino Unido e nos Estados Unidos). A harmonização do “indivíduo/família” e da “sociedade” entrou na sua “idade de ouro” durante o quarto período de 1940 a 1970. Os processos de miniaturização tecnológica e a rápida expansão da electrónica de consumo aumentaram o ideal doméstico deste período. Mas as limitações dos sistemas (social e técnico), codificadas no período final do século XIX, tornaram-se explícitas. Este período começa nos anos de 1970 e vem até nós, promulgando uma combinação de “escolha” individual e “convergência” tecnológica.

[continua]

Leitura: Eric Hirsch (2003). “New technologies and domestic consumption”. In Christine Geraghty e David Lusted The television studies book. Londres: Arnold



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