Coisas e Coisas
DEFENDIDA TESE DE MESTRADO SOBRE RÁDIO
Nelson Ribeiro, professor da Universidade Católica Portuguesa e director da estação Mega FM, defendeu hoje de manhã uma tese sobre a rádio, intitulada "A Emissora Nacional como instrumento de propaganda do Estado Novo, 1933-1945". Ele balizou estas duas datas, porque a primeira foi a do arranque das emissões experimentais da estação e a segunda foi a do ano de viragem das estratégias de programação.
Na sua tese, bem alicersada em termos documentais e históricos, o novo mestre ancorou-se em três períodos distintos entre 1933 e 1945. O primeiro, de 1933 a 1935, que designou por
período experimental e de luta pelo controlo político da estação, Ribeiro considerou elementos principais a prioridade dada à técnica em detrimento da artística, a formação das primeiras orquestras, a tentativa do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN) de controlar a estação e o interesse de Fernando Homem Christo em criar um serviço político na estação do Estado.
O segundo período, segundo o autor, seria o do
consulado de Henrique Galvão (1935-1940). Aqui, a gestão orientou-se para o início das emissões regulares em onda média, a preocupação com as emissões para as colónias, a reestruturação artística, a orientação política assegurada pela selecção de temas e palestrantes, a transmissão dos momentos marcantes da vida do regime, a defesa do ideário do Estado Novo e a propaganda da neutralidade do governo português durante a Guerra Civil de Espanha e durante a II Guerra Mundial.
Finalmente, o terceiro período, entre 1941 e 1945, foi designado por
entrada de António Ferro, com a integração da Emissora Nacional na "política do espírito" do responsável do SPN. Além disso, valorizou o conteúdo em detrimento da técnica, relevou a história e as tradições no espaço das palestras e a rádio como o reviver da tradição.
Como conclusões, Nelson Ribeiro destacou que o regime político de Portugal não investiu tanto nas emissões para as colónias como outros Estados (lembrou a França e o Reino Unido), o Estado Novo não utilizou a rádio como meio de mobilização de massas, ao invés de outros países (Alemanha, por exemplo), mas a Emissora Nacional desempenhou um papel crucial na difusão do ideário salazarista.
A tese de Nelson Ribeiro foi apresentada na Universidade Católica Portuguesa. O júri classificou a prova com Muito Bom.
loading...
-
Henrique Galvão E A Emissora Nacional, Segundo Francisco Teixeira Da Mota
No seu livro Henrique Galvão, um herói português, Francisco Teixeira da Mota recorda os cinco anos em que o capitão Galvão foi presidente da Emissora Nacional, após ter recebido o inesperado convite para o cargo pelo ministro Duarte Pacheco, em...
-
A RÁdio Durante A Ii Guerra Mundial, Segundo Nelson Ribeiro
As notícias sobre a resistência russa não chegavam, a palavra democracia era proibida e um jornalista chegou a ser afastado, situações que provam que Salazar interferiu na linha editorial das emissões para Portugal da BBC, segundo uma tese de doutoramento....
-
LIVRO A EMISSORA NACIONAL NOS PRIMEIROS ANOS DO ESTADO NOVO 1933-1945 De Nelson Ribeiro (ed. Quimera) - lançamento hoje, pelas 18:30, na Universidade Católica Portuguesa (Lisboa). Espero escrever algumas linhas acerca do livro, mal o consiga ler (embora...
-
NELSON RIBEIRO E A RÁDIO RENASCENÇA Para substituir Rui Pêgo como director de programas da Renascença foi nomeado Nelson Ribeiro, até agora responsável pela Mega FM, o canal mais recente do grupo Renascença. Do que eu conheço de Nelson Ribeiro...
-
EMISSORA NACIONAL NOS ANOS 1930-1940 No seu catálogo, a editora Quimera anuncia a saída do livro de Nelson Ribeiro, A Emissora Nacional nos primeiros anos do Estado Novo, 1933-1945. Lê-se no catálogo que o trabalho estuda e compreende as "estratégias...
Coisas e Coisas