Coisas e Coisas
jLJCC'05 - 1ª JORNADAS DA LICENCIATURA EM JORNALISMO E CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO PORTOO blogueiro não resistiu a não escrever hoje, conforme anotara ontem. Porque vim um pouco mais cedo do Porto que pensara anteriormente, deixo umas notas do que ouvi e participei nas jornadas da licenciatura em jornalismo e ciências da comunicação da Faculdade de Letras do Porto, a escola onde tirei a minha licenciatura [
nota inserida em 25 de Maio, após um comentário, que agradeço: a licenciatura está articulada com quatro faculdades e não uma só: Letras, Engenharia, Belas Artes e Economia, todas da Universidade do Porto].
Retiro algumas notas do que disseram António Granado (
Público) e Isabel Ferin (Universidade de Coimbra). O primeiro apresentou números sobre cursos, alunos e doutorados em ciências da comunicação (valores de 2003/2004). Assim, ele conclui existirem cerca de 40 cursos da área de comunicação e jornalismo em todo o país, com 2500 alunos a entrarem todos os anos (a partir de um total de 8 mil candidatos!). Por ano e pela primeira vez em todos os cursos, inscrevem-se 87781 alunos, sendo que 2,8% o são em ciências da comunicação. As escolas públicas têm um número de acesso fixado previamente: 75 vagas em 385 candidatos na Universidade do Porto, 51 em 639 na Universidade de Coimbra, 75 em 523 candidatos na Universidade Nova de Lisboa (exemplos).
Quanto a doutores na área, António Granado contabiliza 68 entre 1970 e 2003, sendo que 31 obtiveram o grau entre 2001 e 2003 (45,5% do total). Do número geral de 68, 20 foram obtidos no estrangeiro. 2/3 são homens, sendo a média actual de idades dos doutores 50,8 anos (em Portugal, os doutores fazem essa prova mais tarde que noutros países). Em termos de publicações no estrangeiro, o jornalista e professor universitário mostrou a existência de apenas seis artigos indexados no Social Science Citation Index, enquanto uma pesquisa feita por nomes dá apenas um português! Como notas suplementares desta radiografia, Granado aponta a discrepância entre os 0,58% de doutores em ciências da comunicação com os 2,8% de alunos de licenciatura (para haver comparação seriam precisos 245 doutores).
Também Isabel Ferin apontou caminhos para a investigação e internacionalização. Para ela, o ideal, a partir da declaração de Bolonha, o sistema 3+2+3 (três ciclos) será a fórmula mais aproximada com a Europa. Para o primeiro ciclo (licenciatura), a base deverá constituir-se por ciências sociais e humanas e novas tecnologias, com um leque de opções que permita ao aluno fazer um currículo do seu interesse. Ferin defende a necessidade imperiosa de funcionamento de laboratórios, na licenciatura como nos dois ciclos seguintes. Um segundo tópico defendido por esta professora da Universidade de Coimbra é o da criação de instituições de excelência, pelo que considera contra-senso o actual número de cursos [ela considera um número mais alto que o defendido por Granado]. Como solução, e sem ter falado explicitamente em fusão de cursos, entende a necessidade do estabelecimento de parcerias e consórcios capazes de optimizarem recursos humanos e técnicos.
A internacionalização do ensino, na docência como na discência, representou o terceiro tópico da sua comunicação. A aposta linguística, para além do inglês como língua franca, é o espanhol, devido ao mercado do país vizinho e da América Latina. Um quarto ponto consiste na diversificação de fontes de financiamento por parte dos centros de investigação. Para esta dirigente do CIMJ (Centro de Investigação Media e Jornalismo), é preciso a assinatura de protocolos com instituições em dois sentidos: investigação pura e investigação aplicada. Finalmente, defendeu o acesso à matéria-prima da informação, em bibliotecas, centros de documentação e acesso a dados (estatísticos, audiências) e a constituição de equipas interdisciplinares.
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