Coisas e Coisas
Fantasmas!!!
Acordou, suado... Sua respiração estava alterada... Olhou para os lados e teve aquela sensação indiscutível de que havia alguém dentro do quarto. Impossível, apenas há algumas semanas estava morando naquele apartamento, sozinho... Pela primeira vez, sozinho. Na verdade, tudo na sua vida parecia ir às mil maravilhas. Suas contas estavam pagas, seus compromissos em dia, seu trabalho... bom, havia um trabalho, o que para a maioria das pessoas, hoje em dia, já é uma vitória. Se tudo ia tão bem, qual a razão para este fantasma se intrometer em sua vida desta maneira. Não havia ruídos. Não havia sinais de que os fantasmas existissem. Mas, a sensação havia. Esta não o abandonava nunca. Era uma sensação opressora. Se houvesse um fantasma, e era óbvio que havia, ele não deveria ser um daqueles bonzinhos que vêm para fazer um acompanhamento saudável. Não, este era um daqueles perversos que têm a necessidade de atrapalhar. Era um desses que sussurram coisas no ouvido. Era um desses que fazem com que ele se sinta a beira da loucura. As coisas que eles sussurram são coisas íntimas, do tipo que somente alguém que realmente o conheça poderia sussurrar. Sim, além de tudo eram fantasmas íntimos, conhecedores dos seus piores segredos. E dos seus maiores desejos.
Levantou-se da cama e foi andando, no escuro. Tentaria surpreendê-los na cozinha ou no corredor que leva ao banheiro. Achou melhor armar-se com algo... mas, o que? O que poderia usar contra estes malditos fantasmas? Não seriam armas de fé. Sempre foi extremamente cético. Aliás, nunca passou por sua cabeça, antes de acontecer com ele, a possibilidade da existência de fantasmas. Achava que isso era invenção de gente que não conseguia discernir o que era real do que eram problemas pessoais. Mas seu ceticismo acabou no momento em que começou a acontecer com ele. Afinal, tirando um ou dois moderadores de humor, poderia dizer que estava em seu juízo perfeito. Não fossem estas malditas vozes ecoando... cada vez mais altas e fortes. Tudo conspirava para que sua razão desaguasse pelo ralo. No meio do caminho para a cozinha... tinha acabado optando pela cozinha... teve a brilhante idéia de armar-se contra o desconhecido. Pelo menos uma arma os fantasmas haveriam de temer. Colocariam de uma vez o rabo entre as pernas e iriam assustar a outro, menos preparado que ele. Eles haveriam de ter a devida noção do risco que estavam correndo naquela casa. Eles haveriam de perceber que não poderiam sair assustando qualquer um indiscriminadamente. Desta vez eles, os fantasmas, haviam encontrado um oponente à altura.
Quando chegou à cozinha não encontrou nenhum movimento. Mas a sensação, esta não o havia abandonado. Pelo contrário, havia ampliado. Então, ele viu! A partir daí tudo começou a acontecer muito rapidamente. Ao contrário do que havia passado até o momento, em que o suspense parecia fazer com que tudo acontecesse em câmera lenta. A ação despregou-se num ritmo alucinante. Entre o momento em que ele viu e o momento em que reagiu, milhares de coisas passaram por sua cabeça, como um velho clichê de filme ruim. Todas as coisas acontecendo em imagens fragmentadas. Certo caos estabelecido em imagens sépias e uma música potente. A câmera voando em sua direção e ele delirando em busca de sentido para essa confusão. A última imagem que vimos é a de seus olhos, abertos. Uma inspiração que parece durar um século. Um piscar de olhos. Black-out.
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Trilha sonora para este post: Scatterheart Björktradução -> aqui! Be careful... ...maybe you'll not survive! A menina acordou assustada. O ruído vinha de dentro do guarda-roupa. Como sempre, os maiores medos estão guardados dentro do armário....
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