Coisas e Coisas





- Seria muito simples viver como você me diz... seria muito simples seguir sua cartilha pronta e entregue como uma verdade absoluta... Você... Sempre tão cheio de sí... Sempre tão você! Sempre tão cheio de verdades e artimanhas... Sempre tão escorregadio e pegajoso. Você era tudo o que eu não queria pra mim. Você era meu castigo e minha redenção... você era... você!

Era o que ela pensava. Mas não era o que ela dizia. No seu dia a dia, levava a vida tranquilamente. Era uma exímia dona de casa. Cuidava dos filhos, fazia a comida. Tudo tinha sua hora e local para acontecer. Seus costumes eram precisos como um relógio suiço. Suas ações eram previsivas como de um robô programado para construir ordem, paz e tranquilidade.

Mas, seu corpo lhe traía. Durante a noite, por várias vezes, acordou sendo chacoalhada pelo marido. Durante o sono, espancava-lhe! Isso mesmo, simples assim. Durante o sono socava o marido. Vingava-se. De todas as promessas de amor perfeito nunca cumpridas. De todas as marcas de batom na camisa, de todos os aromas suspeitos impregnados nas roupas de baixo. Seu corpo lhe traía, também, quando preparava a comida. Sempre tinha algum tipo de acidente envolvendo saliva, catarro ou sangue. Sua vingança era inconsciente.

Mas, uma noite, sem querer, levou uma faca para a cama. Esqueceu-se dela debaixo do travesseiro. Durante o sono, sonhou que matava seu marido. Sonhou que bebia seu sangue e dizia-lhe todas as verdades. Sonhou que corria nua na chuva e fazia sexo enlouquecidamente com quem quissese. Acordou ensopada e feliz. Finalmente um orgasmo, depois de tanto tempo!

Acordou as crianças. Fez o café. Beijou o marido e sorriu. Feliz!




PS: Estou viajando... por isso, desculpem a falta de postagens... se quiserem saber algo sobre minhas viajens, clic aqui!



loading...

- Loucura Em Três Atos
Ato 1 – Que dia perfeito - A matéria já está pronta, editor. Que matéria, que manchete! Vou arrebentar! - Ótimo, Luís. Já estamos fechando o jornal. - Eu sou foda, editor! - Você é foda, Luís Cláudio! O melhor repórter que eu já conheci....

- Foi...
Foi um ano assim, como todos os outros. Coisas boas e coisas ruins. Trabalhos bons e trabalhos ruins. Viagens boas e ...mentira! Viagens são sempre boas... Foi um ano assim. Em que todas as apostas foram feitas... e nem todas foram ganhas. As cartas...

- Desagradável!
- Desagradável. Você é uma pessoa muito desagradável. Lembro, como se fosse ontem, de todas as vezes em que eu fingi estar me divertindo com sua presença. Sim, eu aprendi com você a ser hipócrita. Pelo menos isso eu lhe devo! Não é irônico?...

- O Bilhete
A frase ficou martelando na minha cabeça. "Eu não fiz por mal." Tão simples, não é? Fazer o que se faz e depois, deixar uma frase dessas num bilhete de suicídio. Como se uma frase pudesse apagar todo o passado. Como se uma frase pudesse mudar...

- Aquela Dor
... um tipo de sensação inexplicável! Era tudo que conseguia dizer sobre isso. Era mais ou menos sem explicação e ao mesmo tempo tão presente. Era algo que habitava, constantemente, seus sonhos. Habitava suas memórias. Habitava seus músculos...



Coisas e Coisas








.