Havia uma questão que muito me intrigava quando eu ainda era estudante: será que tudo que lemos nos jornais ou assistimos na televisão é verdade? Naquela época, eu era um cara desconfiado e, naturalmente, minha primeira resposta à pergunta foi “não”. E realmente nem tudo é verdade, o que não quer dizer também que é tudo mentira. O segredo é ficar atento, questionar, conhecer os veículos de comunicação e não aceitar passivamente todas as informações que recebemos. O mesmo serve para a propaganda. Ou será que alguém ainda acredita que a Xuxa realmente usa o creme hidratante da Monange?
Desde que minha ex me trocou pelo office-boy da firma, passei também a desconfiar das mulheres, mas essa é uma outra história.
No caso da imprensa, existem as grandes mentiras, como a clássica A Guerra dos Mundos, de Orson Welles, que enganou muitos ingênuos. Existe também a verdade distorcida, como a promovida pela mídia ideológica, de Hitler a Chávez. Outros exemplos não faltam, inclusive cá, no Brasil.
Não podemos esquecer ainda das mentirinhas bobas, que, teoricamente, não fazem (ou não deveriam fazer) mal a ninguém. Em minha trajetória pelas redações, conheci e ouvi falar de jornalistas que inventavam nomes de personagens e, em casos piores, declarações.
Certa vez, numa Copa do Mundo, um jornalista precisava redigir a escalação da seleção de futebol da Coréia do Sul. Ao terminar, notou que só tinha 10 nomes. Percebeu que havia vários atletas com o nome Young, talvez uma espécie de Silva por lá. Não bobeou e acrescentou o craque Young Flu ao escrete coreano. Para quem não sabe, Young Flu é o nome de uma torcida do Fluminense. Antes de cometer tal "delito", o criativo jornalista deve ter pensado: “quem é que conhece a porra da escalação da Coréia do Sul?”