Coisas e Coisas
Morada de Vênus
As meninas do Blog Podres Pudores me fizeram uma proposta indecente!
Escrever um post para publicar no blog delas na semana em que o Orgasmo é o tema.
Acho que deveria escrever algo do ponto de vista masculino... Aceitei!!!
Fizemos uma troca... hoje você lê aqui no Pequeno Inventário de Impropriedades o post delas!
Se quiser ler o meu, terá que visitá-las!!!
Vai lá e aproveita para ler o Blog inteiro, se é que você já não fez isso!!!
Lady in White, direto do
Podres Pudores
(especial para Max Reinert, que pediu às Damas um texto com a ótica masculina. Espero que seja isso)- Eu vou dar pro primeiro que aparecer!
Rosa saiu batendo a porta, passos duros. Deixou atrás de si um estupefato Dorival. Na voz dela, aquela centelha de decisão teimosa, que beira a irracionalidade. Ele que não era besta de duvidar daquela mulher. Ela era fogo! Também... baixinha. Nunca se meta com mulher baixinha.
Tinha se encantado por aquela pele de sol desde que a vira pela primeira vez no forró. Que movimento de quadris! Que mulher! Depois de algumas palavras trocadas... que olhos doces, como cabia o mundo todo nos olhos dela! Olhos de menina. Não sossegou até ter certeza que conquistara o olhar e o amor da morena Rosa.
Brigavam muito. Em quatro anos, perdera as contas. Ciúmes, sempre. Ele quase morria quando ela recebia cantadas na rua, mas fazia cara de latifundiário, cioso da eficiência das cercas ao redor de sua propriedade, fingia que acreditava no mito da própria segurança inabalável, e seguia. Ela, não. Gritava, esperneava, ameaçava, quebrava coisas, fazia todo o barraco que o calor do seu sangue exigia. Nortista. Sempre viveu em temperaturas acima dos 30 graus, fora e dentro do corpo.
Já fazia meia-hora que ela saíra, será que...? Não, imagina. Aquilo foi blefe. Não que ela fosse de bravatas, mas aquilo foi por causa da raiva.
Se bem que ele pisou na bola. Pisou feio, feiíssimo. Mas agora, ia fazer o quê? Já implorara o perdão dela. Não adiantou.
Aiai, quase uma hora, a porta não se abria. Para onde ela foi a essa hora? Já passava das oito... ah, claro, a Marcinha! Só pode ter ido para a casa dela.
Telefone. Nessas horas sempre toca o telefone. Só pode ser ela.
- Alô?
- Dorival? Oi, a Rosa tá aí? Preciso muito falar com ela...
- Marcinha??? – quase engasgou – a Rosa, er, ahnnn, bem... ela não está. Deve voltar logo. Aviso que você ligou.
Merda de vida. Mais de uma hora, onde essa mulher se meteu? Ainda por cima saiu com aquela maldita sainha laranja de babados, que faz todos os pescoços se torcerem à sua passagem. E se ela... ? Não, não a sua Rosa. Melhor desencanar. Sidney disse que passava aqui hoje, a conversa vai ajudar.
Uma hora e meia depois... nada da Rosa. O Sidney também não apareceu, e não ligou. No celular, caixa postal, que droga. Espera... o safado sempre babou pelas pernas da Rosa, e se eles se encontraram na saída...? A Rosa disse uma vez que o achava bonito. E o desgraçado, metido a conquistador, não ia perdoar uma mulher feito aquela. Mesmo que fosse do amigo.
A sainha laranja, a pele de sol. Que quadris, que pernas! E o Sidney sumido. Claro, a essa altura, tá mandando ver na MINHA mulher.Quer vingança melhor do que aquela, dar pro melhor amigo?
Quase duas horas e meia... ele só pode tê-la levado pro Olimpo. Era o motel reservado para carne de primeira, o mais caro e luxuoso. As outras iam pra moteizinhos de esquina. Com baratas.
É, pisei na bola, é preciso reconhecer.Comeu a mulher do chefe, uma bobagem. Tava bêbado, sozinho, ela era linda (claro que não de parar o trânsito feito a sua Rosa), deu mole, ia fazer o quê? Foi a única vez que traiu. E como se arrependia!
Três horas depois... fudeu. Já era, tão na cama, com certeza. O que será que ela tá fazendo com ele? Tanto tempo assim só pra dar rapidinho e voltar?
Três horas no Olimpo custava uma baba. E se ele não a levou pro Olimpo? Mas eles só podem ter ido para lá. Não admitiria outro lugar. Se é pra comer mulher minha, que faça direito, não feito uma qualquer.Até porque, naquela sainha laranja, ela era quase um atentado violento ao pudor. O Sidney que não é doido de ir pra outro motel. E se foi, ah, vai ter! Um tiro pela traição, outro porque ainda por cima rebaixou a Rosa, a SUA Rosa a condição de puta de esquina.
Quatro horas depois... porra, que demora pra dar! Com ele, ela cansava assim que gozava, foi-se o tempo em que passavam a noite se amando. Será que pro Sidney essa cachorra vai dar a noite toda? Deve estar fazendo tudo, barba, cabelo e bigode. A sem-vergonha adora fazer oral... sobretudo quando o instrumento é grande, o que parecia ser o caso daquele amigo-da-onça.
Certo, então ela vai voltar e me beijar com a mesma boca por onde passou a ... não, isso não! Ela não pode engolir, ele que nem peça isso, tão pensando o quê?
Ai... será que tão de camisinha? E se ela esqueceu de tomar a pílula? Eu é que não vou criar filho dele! E ela deve estar fértil essa semana, quer ver? Sabia. Tava na folhinha. Quando é assim, ela sobe pelas paredes.
Cinco horas. Tá, ela pode dar a frente, mas atrás eu não perdôo! Aposto que aquele tarado do Sidney vai pedir! Ele vive com KY no carro... puto. Puta. Putos ambos.
E isso tudo por causa de uma transa que nem foi das melhores... aí, ela vai e oferece a melhor transa do mundo praquele... não, não era justo. Pra permitir uma coisa dessas, eu devia no mínimo pegar a Luana Piovani.
Seis horas. Tomara que tenha brochado, é por isso que tão demorando. Bem-feito, amarelou diante daquele mulherão todo. E ainda vai ter que pagar a conta astronômica do Olimpo. E ai dele se não foi no Olimpo!
Sete horas. Tomara que o pau dele caia.Porra de amigo, merda de mulher! Como é que eles ousam fazer isso comigo? O desgraçado deve estar se refestelando e se lambuzando todo com ela! E tudo por causa de uma rapidinha mal gozada no canto do clube. Só se eu ligar pra Marina e continuar de onde paramos. É isso!
Finalmente, um barulho de chave na porta. Já é madrugada, ela chega com cara de cansada. Deu, com certeza deu. Caminha de cabeça baixa até ele, dá um beijo rápido nos lábios, e ele pensa se o “amiguinho” do Sidney passou por aquela boca carnuda. Em silêncio, ela anda em direção ao banheiro, livrando-se das roupas pelo caminho, como de costume. Vai tomar banho. Ele olha grande pra bolsa que ela largou na sala. Mexe daqui, revira dali... chocolate? Com creme de café e licor de menta? Bombom de motel caro...
Resistindo bravamente ao impulso de entrar no banheiro e gritar “eu vou comer a primeira que aparecer”, deixou o sangue esfriar, pensou no cheiro de noz moscada e no calor da pele da morena debaixo das cobertas, e deu de ombros, seguindo para o quarto.
Bom, pelo menos ela voltou. Pelo menos, graças aos céus, foi no Olimpo.
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