IDEIAS PARA HOJE (II)
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IDEIAS PARA HOJE (II)


Vem, no Público de hoje, a segunda parte do texto de Avelino Rodrigues (primeira parte editada no passado domingo e que eu referi aqui). Tema: um artigo escrito por Eduardo Cintra Torres em Agosto de 2006 sobre os incêndios e a não publicitação dos mesmos pela televisão pública.

Se, no domingo, eu mostrara alguma perplexidade pela actualização do tema, hoje fico com uma ideia mais clara dos objectivos do jornalista e investigador de jornalismo. A Cintra Torres, o autor faz referência directa na primeira coluna, apenas. Depois, enquadra - embora não o explicite - o artigo de Cintra Torres dentro da actual moldura da legislação do jornalismo.

Escreve nomeadamente sobre o código deontológico do jornalista, e chama a atenção para a contradição existente no seu artigo 6º (para ele, Avelino Rodrigues). Num sítio, "o jornalista deve usar como critério fundamental a identificação das fontes"; logo a seguir, indica que "o jornalista não deve revelar, mesmo em juízo, as suas fontes confidenciais de informação".

O último ponto do artigo de Avelino Rodrigues é mais preciso ainda. Escreve ele: "O jornalismo real é o que é e o jornalista não é infalível. Aconteça o que acontecer, cabe ao jornalista (e ao seu jornal) a responsabilidade de avaliar a veracidade dos factos e das fontes, não podendo revelar fontes confidenciais, embora se saiba que a divulgação de acusações graves, sem pública comprovação, fragiliza o texto e põe em xeque a credibilidade do autor e do jornal que o acolhe".

Como pano de fundo, e segundo a minha leitura, a legislação sobre o jornalismo, agora em depósito na Presidência da República para homologação. Mas também uma crítica a Cintra Torres, embora não explícita. E, a meu ver, uma demarcação - pela ausência de alusão - à posição da ERC tomada em Agosto do ano passado.

Assim, o texto de Avelino Rodrigues resulta mais transparente. Apenas um reparo: quando escreve sobre "ritual de objectividade" e associa este conceito a sociologia da informação, refere-se a sociologia do jornalismo e a Gaye Tuchman, autora do conceito (objectividade como ritual estratégico). Ora, Tuchman é uma importante académica americana e a sua obra de uma grande reputação, pelo que a afirmação de Avelino Rodrigues deveria ser mais cautelosa e enquadrada. O uso da citação ou a estruturação da informação numa sequência apropriada (o mais importante à frente) são opções jornalísticas usadas com regularidade e sem reparo profissional.



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