Coisas e Coisas
FÚRIA
Do céu, enquanto raios de desgraça
Lampejam, com furor, na noite escura,
As núvens, que nasceram ameaça,
Derramam-se em torrentes de água pura.
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Ressoa, com fragor, por toda a parte,
A voz tonitruante de Vulcano,
Mais forte que a irada voz de Marte,
Capaz de intimidar qualquer humano.
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O vento, que fustiga em desespero
As copas dos coqueiros desgrenhados,
Mergulha de rochedos escarpados;
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Num silvo, que enfurece o mar severo,
Encontra, no rugir da profundeza,
Mais ecos do que tem na natureza.
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Vítor Cintra
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Do livro PEDAÇOS DO MEU SENTIR
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Vento
(imagem recolhida na internet). Vento Que, em brisa suave, Acaricias o nosso amor, Quando um dia, Irmão de mágoas, Aqui voltares, Lembra-te Que aqui nos viste Amar E murmurar juras eternas. E, vento, Se ela as quebrar, Solta então a tua fúria Para...
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Vento Poema De Vitor Cintra
VENTO Que, em brisa suave, Acaricias o nosso amor, Quando um dia, Irmão de mágoas, Aqui voltares, Lembra-te Que aqui nos viste Amar E murmurar juras eternas, E, vento, Se ela as quebrar, Solta então a tua fúria Para que o eco, O cheiro, E o sabor,...
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Noite
Forram-se as noites de InvernoDe chuvas, neves e frio,E num fragor, quase eterno,Rugem as águas do rio. Atrás da porta, fechada,Uma voz doce, que canta,Mima a criança ensonada,Que, a custo, espera pela janta. E porque a noite é cerrada,Escura noite...
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Boa Sina
BOA SINA Talvez por ver a vida em tom severo, Ou porque nada nela me foi dado, Olhei-a, muitas vezes, só de lado, Se bem que com razões de desespero. Os filhos que criamos duma forma Julgada que é, por nós, a mais correcta, Acabam por traçar a...
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Inverno
INVERNO Vestida está, de branco, toda a serra, Prenúncio do Natal que se aproxima; O vento, que nos sopra lá de cima, É gelo que fustiga toda a terra. O fumo que se escapa de repente, Do topo duma ou outra chaminé, Indica que a aldeia põe-se a...
Coisas e Coisas