Em busca do feriado perdido
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Em busca do feriado perdido


Hoje sou uma estatística. Sou, mais precisamente, um número e faço parte daquelas pesquisas mensais de desemprego do IBGE ou da Fundação Seade. Tornei-me um indicador econômico, assustadoramente feio, já que estamos em crise. É claro que ser uma estatística não é legal, ainda mais uma estatística ruim, mas tento pensar que tudo na vida tem um lado bom (com exceção do LP do Oswaldo Montenegro, segundo a velha piada). E o lado bom em questão é não ter de trabalhar nos feriadões.

Ah, quantos Natais eu já passei numa redação. Quantos plantões de carnaval. Tem quem goste, é claro, mas eu odiei cobrir certa vez o desfile no sambódromo. Era um foca, louco para estar na praia com os amigos, mas tive de ficar na avenida, entrevistando populares ensandecidos, aquele barulho desgraçado, um cheiro insuportável de mijo na dispersão. Trabalhar no carnaval é um porre. E eu que, quando criança, sonhava em cobrir, algum dia, o concurso A Mais Bela Mulher Casada, no Ilha Porchat.

Nas redações, a definição de quem trabalha e de quem folga nos feriados é uma verdadeira batalha. Escalas e mais escalas, privilégios para uns, reclamações dos outros. Cansei de ouvir e dizer frases do tipo “já fiz plantão no carnaval, meu amigo, nem fodendo que eu vou trabalhar na Páscoa” ou “o problema é teu se você não vê a tua querida mãezinha há cinco anos; eu vou folgar no Natal e ponto final”.

Hoje, todos os dias são feriados para mim, mas o feriado desta semana, de Corpus Christi, será especial, porque terei quatro dias com o Nestor. Estou com a maior saudade daquele cachorro danado. Se o frio continuar, vamos passar todos os dias debaixo do edredom, comendo pipoca e vendo uns filminhos. O Nestor adora uns filminhos.

Aos amigos jornalistas que vão trabalhar no feriadão, muita paciência e a fé de que nenhuma tragédia vai acontecer, ninguém famoso morrerá. Descansarei por vocês!



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