Duas salas de teatro ofereciam Beckett:
Ah, os Dias Felizes, no Teatro Nacional de S. João, e
Machina Beckett, do Teatro Plástico no Teatro Helena Sá e Costa [imagem a partir do blogue http://teatroplastico.blogspot.pt/].
Claro que eram duas perspectivas diferentes mas igualmente ricas. A primeira contava com a interpretação de Emília Silvestre, num papel bem desempenhado, e de João Cardoso, dirigidos por Nuno Carinhas. Diz ela sobre um comentário que ouviu: "Que está aquela ali a fazer? diz ele - que sentido é que aquilo tem? diz ele - enterrada até às maminhas - no meio da erva - que personagem mais tosca - o que é isto? diz ele - é suposto ser o quê"?
O texto é sobre o movimento, ou da sua ausência, primeiro da parte inferior do corpo, depois de todo o corpo. O trabalho é ainda sobre o falar consigo mesmo (ou para o público). Recordações, adereços pessoais, diálogo (?) com o marido, que aparece e desaparece logo depois, descrição de quem passa e de como é a vida nesses dias felizes.
Beckett (1906-1989), o último dos modernistas ou o primeiro pós-modernista, ou ainda o autor do teatro do absurdo, com obras minimalistas à medida que evoluia na sua arte, em que
À Espera de Godot é a marca principal, tem outra interpretação pelo Teatro Plástico. Aqui, com Andrea Moisés e Viriato Morais e alunos, dirigidos por Francisco Alves, há uma articulação audiovisual e multimedia, em que voz e imagem, palavra e corpo, música e silêncio actuam, como indica a folha volante distribuída no espectáculo. O nascimento (o ovo, o corpo nu), a máscara, o coro grego ou as figuras pós-maquínicas, uma ocupação harmoniosa do espaço.
Na primeira representação, a sala estava cheia mas com público desatento, rindo aqui e acolá, na segunda representação, um público muito jovem, possivelmente oriundo da escola de teatro onde está a sala de teatro. No primeiro, apoiado pela Secretaria de Estado da Cultura, no segundo, espectáculo não financiado pela SEC/DGArtes.
Beckett no Porto em Novembro.
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