10) O ABECEDÁRIO DAS GERAÇÕES
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10) O ABECEDÁRIO DAS GERAÇÕES


Não sei quem estabeleceu que os nascidos nos séculos XIX e XX pertencem à geração “X” e os nascidos no Século XXI são da geração “Y”, em referência à seqüência final do nosso abecedário, mas, seja quem for, provavelmente estava imbuído da constante sensação de estarmos no final dos tempos, aguardando apenas a ultima geração que estará por vir, a geração “Z”.


Seja como for, passei a intentar certa elucubração sobre esse suposto abecedário das gerações, ampliando esse cronograma temporal na contextualização do planeta terra, considerando que toda espécie de evolução está contida no organograma filosófico da existência.


Dessa forma, por minha conta e risco, passarei a desenvolver uma tese desse abecedário evolutivo, começando pela letra “A”.


Como não poderia ser diferente, a Geração “A”, começa com o advento do “Big Bang” onde tudo começou. Essa geração perdurou por bilhões de anos até surgir o primeiro foco de vida no planeta, começando nesse momento a geração “B”.


Diria que as gerações “C”, “D”, “E, e “F” são separadas pelas diversas evoluções da vida, no que se refere à complexidade dos seres que começaram a se desenvolver até constituir células, sistema nervoso, exoesqueletos e outras adaptações sugeridas pelas inúmeras correntes cientificas. Nessa fase as gerações mudam de letra por intervalo de centenas de milhões de anos.


Surge a geração “G” com o aparecimento dos primeiros primatas e a geração “H” com o surgimento do “homo-sapiens”. Nessa fase, as evoluções de mudança das letras passam a ser por dezenas de milhões de anos. Nas gerações “I” e “J” estaria fixado no processo evolutivo do homem da caverna, desde sua vivência nômade florestal, até a formação das organizações tribais. Nessa fase uma geração substitui a outra em intervalo de milhões de anos.


Na geração “K” nasce a noção de família, na geração “L” nasce a noção comunitária e na geração “M” a noção territorial onde o homem começa a desenvolver as primeiras cidades. Nessa fase, a velocidade de mudança de gerações começa a ser de centenas de milênios, e as gerações “N”, “O” “P” e “Q” dividida em dezenas de milênios, chegando a aproximadamente 10 mil anos antes de Cristo.


As gerações “R”, “S” e “T” tem evolução milenar, constituindo nesta ultima o início do cristianismo. A geração “U” começa com a queda do Império Romano, e a geração “V” perdura por toda a baixa idade media. A geração “W” termina com o advento da Revolução Francesa, onde começa o marco da conhecida geração “X”.


Muito embora já convivemos com os nascidos na geração “Y”, quem ainda manda no mundo são os pertencentes à geração “X” que teve duração de dois séculos.


O interessante de tudo isso é que, como em tudo que sofre efeitos de mudança, uma geração, necessariamente, nasce para negar a geração anterior. A geração “W”, por exemplo, foi a geração colonizadora escravocrata, que conduziram o nascimento da Revolução Industrial na força da chibata, dando vazão à formação de diversas correntes libertarias, incluindo ai as primeiras aspirações marxistas.


Tal como ocorre hoje, mesmo entrando a então nova geração “X” com o advento da Revolução Francesa, quem dava as cartas de mando eram pessoas com a cabeça presa nos valores da geração “W”. Nesse sentido, deve-se registrar que os valores de uma geração sempre ficam registrados na nossa memória genética, dando ênfase a existência de valores antigos, mesmo sob a égide de valores novos.


Por exemplo, a geração “V” foi toda pautada na religiosidade. A geração “W” já era a negação disso, tendo o homocentrismo como mola propulsora. Nesse período, o mundo viveu uma verdadeira revolução cientifica, onde tudo era permitido em nome da ciência, vindo inclusive a fundamentar a implantação do comunismo materialista soviético e do nazismo hegenômico alemão em plena era da geração “X”, cuja aspiração era pautada na liberdade e na democracia. Mas observa-se que o fenômeno da religiosidade cega e irracional se preserva entre nós, mesmo que de forma pouco representativa.


Outro fenômeno que deve ser estudado está relacionado a diminuição dos intervalos de tempo das mudanças de uma geração para outra. Como vimos, da geração “K” até a geração “Q” tinham durações separadas por centenas ou dezenas de milênios, donde as características de cada uma delas eram vivenciadas na essência.


Muito embora das gerações “R” até a geração “U”, as mudanças ainda eram divididas por milênios, ocorreram fenômenos que permitiram uma geração conhecer valores da geração antecedente, por força da invenção da escrita e do Estado organizado.


Sendo assim, provavelmente não será possível vivermos a essência da geração “Y”, cujas colunas mestras dessa geração será o individualismo e desapego ao materialismo e ao nacionalismo.


O interessante é que os personagens da geração “Y”, muito embora extremamente individualistas, terão muito mais consciência ambiental do que os xenófobos da geração “X”, porque enquanto estes preservam o coletivo regional com conceito de pátria e território, àqueles cultuarão o coletivo universal, motivando consciência ambiental e ecológica mundial, tão necessárias em nossos dias.


Pela primeira vez na historia, possivelmente ocorrerá o fenômeno de um precursor de uma geração interagir em vida com o precursor da geração seguinte, ou seja, o jovem de hoje da geração “Y’ com um individuo que nascerá no final do século 21, onde possivelmente estaremos entrando na geração “Z”.


A pergunta que fica é: O abecedário começará novamente? Primeiramente penso que por força dessa velocidade entre as mudanças de gerações, essa divisão não terá o mesmo sentido atual. E numa segunda hipótese, pode até ser que a geração “A1” se inicie em um outro planeta, que possivelmente a geração “Z” colonizará. Alguém ousa duvidar?................................................................................................................
O QUE ATÉ GUIMARÃES ROSA JÁ SABIA SOBRE A GERAÇÃO Y.


Antes mesmo de existir a expressão “Geração Y”, um dos maiores escritores brasileiros já escrevia o que pode ser considerado hoje o lema dessa geração: “Viver é plural”.

Informe publicitário da PUC/PR publicado na Revista Veja Edição 2.340 em 25 de setembro de 2013.





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