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COMUNIDADES IMAGINADAS - II

[continuação da mensagem de 7 de Dezembro]

Audiências ou públicos imaginados

Quando vou ao cinema, compro um bilhete para ver uma exposição no CCB ou adquiro uma revista especializada, que relação estabeleço com outros consumidores ou públicos das indústrias culturais?

Do mesmo modo que Barbie Zelizer fala em comunidades interpretativas quando se aplica ao estudo dos jornalistas - em que estes se unem "pelo seu discurso partilhado e pelas interpretações colectivas de acontecimentos públicos relevantes" (2000: 33) - também temos de pensar em públicos ou comunidades de consumidores (ou de fãs, ou adeptos) que partilham gostos e perspectivas.

Lacey (2002: 182) distingue as audiências através das classes socioprofissionais: 1) A – profissionais (advogados, médicos), cientistas, gestores de grandes organizações, 2) B – proprietários de lojas, agricultores, professores, empregados de colarinho branco, 3) C1 – trabalhadores manuais especializados – nível elevado, como construtores (empreiteiros), carpinteiros, enfermeiras, 4) C2 – trabalhadores manuais de nível mais baixo, como electricistas e canalizadores, 5) D – trabalhadores semi-especializados, como condutores de autocarros, 6) E – trabalhadores sem especialização, como porteiros e empregados de mesa.

O mesmo autor define ainda as audiências em termos de valores, atitudes e estilos de vida (AVEV). São as variáveis psicográficas, divididas em realizadores, cumpridores, empreendedores, experimentadores, confiantes, esforçados, criadores e lutadores.

Leituras: Anderson, Benedict (1983/1999). Imagined communities. Reflections on the origin and spread of nationalism. Londres e Nova Iorque: Verso
Lacey, Nick (2002). Media institutions and audiences. Key concepts in media studies. Nova Iorque: Palgrave
Zelizer, Barbie (2000). "Os jornalistas enquanto comunidade interpretativa". Revista de Comunicação e Linguagens, 27: 33-61



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