Coisas e Coisas
MANGASaíu recentemente no mercado nacional, em edição da Taschen, o livro
Manga design, de Amano Masanao. A manga - como já fiz alusão neste local - é a banda desenhada japonesa, vendida aos milhões naquele país em livrarias, quiosques, centros comerciais ou lojas de conveniência, produzida em papel barato, lidas em viagem rápida de metro ou noutro meio de transporte. A sua leitura progride das últimas folhas para as primeiras e da direita para a esquerda, para além de códigos semânticos nem sempre compreensíveis mas que se ligam à tradição das artes criativas do Japão, ao cinema, aos desenhos de animação e à publicidade. Aliás, a manga não seguiu a cultura comercial.
Julius Wiedemann, na introdução ao livro, escreve que a manga é "publicada em séries antológicas, normalmente a preto e branco, sendo introduzida em cada edição uma nova aventura com novas personagens".
Apesar do uso da palavra manga remontar ao séc. XIX, o seu sucesso deu-se quando Osamu Tezuka (1928- 1989) começou a publicar as suas histórias. Até aí, continua a ler-se na introdução ao livro, os leitores deixavam de consumir as mangas após o liceu. Osamu Tezuka projectou "um desenho mais dinâmico, com o recurso a ângulos, close-ups, perspectivas e técnicas cinematográficas inspiradas nos filmes alemães e franceses da altura". O seu trabalho inicial,
New treasure island, de 1947, tornou-se um marco neste tipo de literatura.
O livro de Amano Masanao apresenta 150 autores famosos no Japão, mas também inovadores, precursores e fontes de inspiração de filmes, acompanhado de um DVD. No final, tem um pequeno glossário de termos e páginas de internet. O livro não é, assim, um local com histórias mas uma volta ao mundo dos criadores do género manga.
Número de páginas: 576. Preço: €32,99.
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