Coisas e Coisas
AS RÁDIOS PORTUENSES EM 1948"As emissoras do Porto têm o privilégio de fazer publicidade, o mesmo não acontecendo às de Lisboa que a isso não estão autorizadas. Resultou dessa circunstância que a discoteca das estações do Porto continua a ser melhorada consideravelmente, enquanto as emissoras alfacinhas estão a servir-se de discos velhos, com ruído de agulha resultante do seu uso", assim escrevia Manuel Correia de Brito, no semanário
Brisa, de Março-Abril de 1948.
O mesmo articulista, que era simultaneamente director da Portuense Rádio Clube, naquela cidade do norte do país, escrevia ainda:
Já o número de Setembro de 1948 da mesma revista dava uma notícia má para as rádios do Porto: "o cancelamento da publicidade que vinham fazendo os postos particulares de radiodifusão" daquela cidade, seguindo o exemplo do aplicado a Lisboa. Mas ao protesto segue-se uma nota de compreensão: "Evidentemente que a publicidade, tal qual estava a ser feita nos postos portuenses, tornava-se intolerável, mas nada melhor do que a regular, com uma doutrina que assentasse nestas bases fundamentais: limites mínimos de preços, publicidade artística e receitas totalmente aplicadas no progresso da rádio".
Arqueologia industrialAs rádios entravam no período de férias (era hábito as emissões fecharem em Setembro, prática que vinha desde o começo da rádio comercial), "prematuramente", considerava Manuel Correia de Brito. Cessando a publicidade, acabavam "determinados programas que estavam a ser subsidiados por firmas comerciais". Vivia-se já do patrocínio directo a programas radiofónicos. Esmorecia o peso da Portuense Rádio Clube, do mesmo modo que o Rádio Clube do Norte. Manter-se-iam, até 1974, estações populares como a Ideal Rádio, a Orsec e a Electro-Mecânico, associadas nos Emissores Norte Reunidos, funcionando numa mesma frequência apesar de estúdios separados [
imagens de Jorge Guimarães Silva, do sítio As rádios no Porto, 1920–1970, cedidas para ilustrar este post, a quem agradeço].
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