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LANÇADO LIVRO A SOCIEDADE EM REDE EM PORTUGAL

Hoje, de manhã e no ISCTE, foi lançado o livro A sociedade em rede em Portugal, de Gustavo Cardoso, António Firmino da Costa, Cristina Palma Conceição e Maria do Carmo Gomes, uma edição da editora Campo das Letras. Tmabém presente João Caraça, que prefaciou o livro e representou a Gulbenkian, patrocinadora do projecto agora convertido em obra.

redeemportugal.jpgPara o primeiro dos autores, Gustavo Cardoso - sobre quem eu escrevi recentemente, a propósito da sua tese de doutoramento -, a realização deste estudo deve-se a que a sociedade está em transição, caminhando para a sociedade em rede. Há uma ligação próxima com o conceito definido nos livros de Manuel Castells, que escreve, aliás, o primeiro capítulo. A sociedade em rede exprime-se através de quatro palavras-chave: informação, redes, criatividade, autonomia. A que Cardoso acrescentaria outra: língua (português, inglês, matemática, informática).

O estudo

Como metodologia do estudo foi feito um inquérito extensivo por questionário, num total de 2450 respondentes, amostra representativa da população portuguesa. O trabalho de campo decorreu entre Março e Junho de 2003.

No ano em que foi feito o estudo, 40% da população portuguesa era utilizadora da internet. 2/3 dos cibernautas tinham começado a navegar na net em 1998, o que dá conta da modernidade do fenómeno. Uma das autoras, Cristina Conceição, distingue dois factores no acesso: idade e escolaridade. Quanto mais jovens e escolarizados maior a propensão para a adesão à internet. Contudo, os mais velhos têm um consumo mais demorado de internet (fins práticos, profissionais e culturais), com os jovens a usarem mais ocasionalmente (lazer e conversação). No acesso à net, o contexto doméstico é o mais privilegiado.

Outra das autoras, Carmo Gomes, defende, a partir dos dados do inquérito, que não se confirma o receio de perda de sociabilidade devido ao uso das tecnologias electrónicas de informação. Conclui mesmo por uma maior sociabilidade, com criação de redes informais familiares e de amigos. Há, assim, novas práticas comunicativas, com um uso de múltiplas funções: lazer, informação e cultura. Apesar da expansão da utilização dos computadores e da internet, a televisão continua a hegemonizar as práticas mediáticas, mas articulando-se no consumo dos outros media.

O estudo foi feito no quadro das pesquisas do CIES (Centro de Investigação e Estudos de Sociologia), organismo do ISCTE liderado por António Firmino da Costa, outro dos autores do livro e também presente no seu lançamento.



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