Coisas e Coisas


BORDA D'ÁGUA - III

[continuação do post de 10 de Maio]

Os Borda d'Água do séc. XX

Encontram-se, por exemplo, os editados por Joaquim José de Matos Júnior, que vai até 1971, pelo menos (as duas imagens seguintes mostram as capas das edições de 1958 e 1971, o primeiro editado pela Livraria Popular de Francisco Franco e o segundo pela Livraria Barateira), com a designação Almanaque Borda D'Água. O custo pouco oscilou entre 1958 (2$50) e 1971 (3$00). O editado pela Livraria Minerva, ainda existente em 2005, era editado por Manoel Rodrigues em 1955 (preço: 2$50), e intitulava-se O Verdadeiro Almanaque Borda D'Agua.

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A figura que aparecia na primeira imagem era muito semelhante nos dois Borda d'Água concorrentes: um homem de fraque e cartola, barrigudo, com lentes grossas nos óculos, apoiado por um chapéu de chuva ou bastão, cabelo comprido e nariz pontiagudo, o que certamente introduzia confusão nos leitores. A semelhança era ainda maior quando se olha a frase que acompanha o título: "Reportório útil a toda a gente".

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Fixemo-nos em O Verdadeiro Almanaque Borda D'Água. Se, na edição de 1955, aparece Manoel Rodrigues como editor, o seu nome desaparece na de 1960. Dois anos depois, surge com a informação de fundado em 1927 por Manoel Rodrigues. Já na de 1976, aparece com a indicação de Associação dos Deficientes das Forças Armadas (preço: 4$00), dado que desaparece no ano seguinte para tomar outra designação de editor em 1978: Minigráfica, cooperativa de artes gráficas (preço: 6$00). As alterações devem ler-se atendendo à mudança de regime político ocorrida em 1974. Muitas das empresas ficaram sem proprietários, pela pressão das mudanças sociais e políticas, formando-se associações de operários sob a forma de cooperativa. Neste número, a página 2, dedicada a um pequeno tema, debruçar-se-ia exactamente sobre o cooperativismo. O nome da cooperativa desaparece em 1991, embora mantendo-se desde sempre a identificação da Livraria Minerva e da sede: rua Luz Soriano, 31-33. Data ainda de 1991 a passagem de 16 para 20 páginas, número que aumentou para 24 em 2000.

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Como disse acima, a segunda página - a partir de 1977 - passou a ter uma informação particular. Nesse ano, o tema foi Tempo universal, sobre o meridiano de Greenwich. O de 1978, já referido, seria sobre cooperativismo e o de 1979 sobre a visibilidade dos planetas. Em 1980, a página passa a ter o curioso título À nossa e à vossa consideração, iniciando a publicação de curtas biografias de cientistas e religiosos populares, como o dr. Sousa Martins e os padres Cruz e Américo (este da obra "Casa do Gaiato", em Penafiel).

[continua]



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