Coisas e Coisas


ENTRADAS PARA UM DICIONÁRIO (II)

[continuação da mensagem de 28 de Agosto]

Investimentos

Para o arranque de uma actividade, eles são maiores quando se passa da imprensa para a televisão. A auto-edição na internet veio reduzir os custos, assim como ocorre com a rádio na internet. Mas isto não representa garantia de visibilidade.

Desintermediação

Como nos casos do cinema digital, da indústria discográfica, o comércio, de que se destaca a Amazon. Isto pode reduzir patamares na cadeia de valor, logo a oferta, mas há sempre novas ideias que alcançam mais rapidamente o mercado.

[a desenvolver a ideia de catálogo (filmes) e colecção de produtos (jornais)].

Metáforas

Usar, para além da metáfora da geografia (geografias variáveis – produção, segmentação de consumos), a metáfora da geologia (camadas, espessuras, movimentos de encaixe e reencaixe).

A “promessa” (o ideal) de cada novo meio, com mais informação, mais conhecimento, mais igualdade, mais oportunidades (a abundância em Anthony Smith). Aconteceu com a rádio e depois com a televisão. Ressurgiu com a internet (de 2002-2003 até hoje, passou-se para os blogues). Talvez seja a marca do meu pessimismo.

Metáfora da ilha de trabalho

O jornalista produtor de conteúdos não tem um espaço físico definido – o computador que usa é wireless, em qualquer ponto do globo. Quando, na redacção, ocupa o computador disponível – mais outra ideia da geografia variável – quebrando elos de solidariedade, equipa de trabalho. Mas, ao mesmo tempo, este individualismo faz-se acompanhar pela necessidade do trabalho em grupo. Traduzível pela necessidade de uma nova ética, de novos valores. As redacções são espaço de produção colectiva; as novas redacções fomentam – pela sua virtualidade – o diferente, o diverso, o individualismo. E as pequenas equipas podem fazer trabalho mais complexo, porque polivalentes e por poderem ter acesso a mais informação. Há, assim, um movimento contraditório – menor espacialidade (física), maior diversidade.

Metáforas do espaço e do tempo e tomada de poder

Como evoluíram os media (telégrafo, telefone, redes informáticas)? Os usos iniciais podem não coincidir com os usos dominantes posteriores. Assim, as profissões podem evoluir num sentido não previsto, com relações de força distintas (tipógrafo versus jornalista; jornalista digital versus jornalista tradicional). As gerações que tomam o poder. O jornalista digital/produtor de conteúdos vai assumir o poder no final da actual década. Em 2010, 15 anos de digitalização (nas telecomunicações, começou cerca de 1985) significam maturidade, criação de redes/cadeia de valor (publicidade, produção, recepção). Além disso, os profissionais com 15 anos de actividade estão a atingir os 35-40 anos de idade, o que significa a tomada do poder decisório nas empresas e nas universidades.




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