Coisas e Coisas
NOVO NÚMERO DA TRAJECTOSSaíu o número 7 da revista
Trajectos, revista de comunicação, cultura e educação do ISCTE e editada pela Casa das Letras, correspondente ao Outono. Dirigida por José Rebelo, o presente número tem como temas de capa
A imagem em actos e
Viver (n)a cidade.
Destaco os textos de Estrela Serrano (sobre eleições presidenciais e o impacto nas notícias dos jornais), Vítor Matias Ferreira (espaço público e cultura urbana) e Frédéric Lambert (a imagem em actos, texto que dá mote à primeira parte da publicação). Mas delicio-me com as seis páginas do texto de Maria Augusta Babo,
A cidade e os seus regimes de inscrição. A professora da Universidade Nova de Lisboa começa com uma referência de Victor Hugo à cidade enquanto livro de pedra. Mas o livro, segundo o autor francês, matará a cidade - a tipografia substitui a arquitectura como contadora da História. Acresce a isto, escreve Babo, o facto dos construtores das catedrais deixarem símbolos ou emblemas gravados na pedra.
O próximo autor convocado seria Benjamin mais a sua eleição das passagens em ferro em vidro na Paris oitocentista. O ferro torna-se o material das construções. Além disso, a cidade é também motivo de registos, como
Uma folha do livro de registo das cidades de Paul Klee. E ainda Paul Auster, em
A cidade de vidro, onde se lê a cidade de hoje através de uma "escrita deambulatória, labiríntica, em deriva" (Babo, 2005: 90). E, logo depois, permite-se-nos ler o seguinte: "A cidade é uma rede que precede o aparecimento da Internet. Rede a vários níveis: não só no reticulado das suas ruas, mas ainda na rede de transportes que se lhe sub ou sobrepõe, inscrevendo, por isso, a mobilidade como primeiro código de leitura-percurso" (p. 91).
Maria Augusta Babo ainda dedica uma parcela substancial do seu texto à análise do
graffitti e da
tag nas paredes das superfícies das cidades. Impenetrável selvajaria, conceito que ela vai buscar a S. Stewart, o
tag, do mesmo modo que nomeia, suja, vandaliza, "porque exprime o singular no espaço mudo e anónimo do colectivo. Daí que o seu funcionamento dispense a legibilidade".
Fico com imensa curiosidade em ler o livro de Maria Augusta Babo (com José Augusto Mourão),
Semiótica: genealogias e cartografias, que se anuncia para 2006, com a chancela da MinervaCoimbra.
A revista
Trajectos inclui também uma secção de recensões, de que realço a realizada por Eduardo Geada acerca de dois livros de Tito Cardoso e Cunha, meu professor na Universidade Nova de Lisboa e agora a ensinar na Universidade da Beira Interior (livros
Razão provisória e
Argumentação e crítica).
Leitura:
Trajectos, nº 7, Outono de 2005, €12, 153 páginas
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Morte Do Professor JosÉ Augusto MourÃo
Foi conhecida ao fim da manhã a morte do professor José Augusto Mourão. Sobre ele, escrevi notas de um livro que publicou conjuntamente com Maria Augusta Babo aqui. Com muita investigação feita na área da semiótica, era professor associado...
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Escrita, MemÓria, Arquivo
Este é o título do mais recente número da Revista de Comunicação e Linguagens, da Universidade Nova de Lisboa, organizado por Maria Augusta Babo e José Augusto Mourão, docentes do departamento de Ciências da Comunicação daquela universidade....
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Revista Trajectos
O número 13/14 (Outono 2008/Primavera 2009) da revista Trajectos tem como tema de capa a escola. A revista é dirigida por José Rebelo e pertence ao ISCTE. Publicação de grande regularidade e de uma linha editorial muito bem identificada, é uma...
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Notas Para Uma Aula De Teoria Da ComunicaÇÃo (5)
No livro de José Augusto Mourão e Maria Augusta Babo (Semiótica. Genealogias e cartografias), o capítulo sobre Charles Saunders Peirce (1839-1914) é dos mais difíceis mas mais estimulantes. Mourão (p. 161) apresenta-nos a definição de semiótica...
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REVISTA TRAJECTOS
Tive agora oportunidade de comprar a edição nº 5 da Trajectos, referente ao Outono de 2004.
O dossiê é sobre as tecnologias da informação no trabalho. Destaco, porque tenho acompanhado algum do seu trabalho mais importante,...
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