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LOJAS E CENTROS COMERCIAIS (I): UM ESTUDO SOBRE A IKEA

As autoras foram as alunas Mariana Salgado, Ana Inverno e Maria Ana Oliveira, em trabalho para a cadeira de Públicos e Audiências. O grande objectivo foi traçar o perfil do consumidor IKEA e caracterizar as suas compras e preferências, tendo sido inquiridas 100 pessoas nos dias 11 e 12 de Novembro passado. O inquérito compunha-se de 24 questões.

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Dos inquiridos, 71% foram mulheres, com 41% a situar-se na faixa dos 20 a 30 anos, 45% solteiros e 56% de residentes em Lisboa (mas com 20% fora da grande Lisboa, dado haver ainda uma só loja no país). Para as investigadoras, uma primeira conclusão a tirar foi que a loja IKEA é maioritariamente frequentada por jovens em início de vida ou com perspectivas de constituir família a breve prazo. Apesar de se tratar de uma loja hard-discount, a maioria dos visitantes da IKEA faz parte de quadros médios e superiores de entidades empregadoras (35%) e 25% integra serviços comerciais e administrativos.

65% dos clientes afirmariam comprar desde a abertura da loja (Junho de 2004), enquanto apenas 15% dos inquiridos consumiam há menos de seis meses. Do conjunto, 23% dirige-se mensalmente à loja. Preços (63%) e diversidade (26%) são as principais razões de preferência da IKEA. Em termos de qualidade, os respondentes afirmaram ser ela boa (50%) e média (39%). Quanto ao design, 53% dos inquiridos acha a loja apelativa. A IKEA, concluem Mariana Salgado, Ana Inverno e Maria Ana Oliveira, segue a estratégia de "máxima exposição de produtos aos olhos do consumidor como forma de garantir o sucesso da venda e tornar o espaço da loja mais agradável para o cliente".

Quanto ao propósito da visita à IKEA, 64% fizeram-no para ficar com ideias e comprar e 28% para comprar. Verifica-se aqui o que os investigadores finlandeses Lehtonen e Mäenpää escreveram a propósito de um centro comercial de Helsínquia: há o prazer de comprar e o prazer de ver e deambular por um espaço de lojas para ter ideias e comprar numa outra ocasião.

Em termos de meio de deslocação, a viatura própria é o elemento primordial (84%), a que se segue o carro de familiares ou amigos (10%). Quanto a tempo dispendido, 44% gasta entre uma e duas horas e 30% entre as duas e três horas. Volto a referir Lehtonen e Mäenpää, pois o prazer de ver e comprar é um acto lento [imagem seguinte: Público, 18 de Janeiro de 2006].

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