Coisas e Coisas


PUBLICIDADE DE HÁ MAIS DE CEM ANOS (I)

Em finais do século XIX e inícios do século passado, a publicidade regia-se por padrões muito diferentes dos actuais. Nessa época, o texto tinha um peso inusitado quando comparado com a imagem e inseria-se bem no corpo do jornal, dada a quase total predominância da mensagem escrita. Como a fotografia ainda não triunfara nos jornais, as imagens eram de fraquíssima qualidade. A cor estava ainda longe de entrar nos jornais, o que, aos olhos de agora, parece incompreensível; a leitura resulta num esforço a partir de cinzentos mais claros ou mais escuros, sem grande precisão cromática. Além disso, os filetes eram quase a única distinção entre notícia e publicidade, como se pode ver no anúncio da farinha láctea Nestlé, no final desta entrada.


Mostram-se aqui alguns dos anúncios editados no jornal Novidades, cuja página 4 estava totalmente dedicada a esse tipo de informação, a qual, com alguma frequência, se estendia à página 3. Navegação (partida e chegada de barcos), leilões, elixires, vinhos, pastilhas Vichy, lanifícios de Arroios, livros escolares, companhias de seguros, horários de comboios, abertura dos Armazéns do Chiado (inaugurados a 12 de Novembro de 1894), cirurgião-dentista J.P.G. Paiva, pó de arroz Oriza, alfaiate Amieiro, modas e confecções, revista A moda ilustrada (distribuida pela livraria Bertrand-José Bastos), anúncios do Estado (obras públicas), termas de Torres Vedras, banca, pastelaria Guerra (bolo-rei), APT (companhia dos telefones), máquinas e alfaias agrícolas (Nascimento & Cª), companhias de gás e electricidade, oficinas de fotogravura (Mala da Europa) - eis alguns dos anunciantes e marcas, denotando uma Lisboa comercial e com alguma indústria dentro da cidade, a alargar os seus domínios a norte da praça Marquês de Pombal, afastando-se do rio.

Fixo-me no anúncio do alfaiate Amieiro, cuja especialidade eram as
Destaco a distinção de roupa para teatro e banquetes - fundamental na época e que hoje se desvaneceu por completo. Mas também a ideia de fazer a roupa por encomenda, seguindo padrões de gosto internacionais (o chic); o prêt-à-porter dos anos 1960 poria em causa os fundamentos da artesanalidade da confecção.
















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- AudiÊncias De Meios (1952)
“Todos os jornais e revistas possuem leitores, poucos ou muitos. Porém, os jornais e as revistas têm tiragens que nem sempre correspondem ao seu verdadeiro número de leitores. Há que diferenciar entre os chamados leitores regulares e os leitores...

- Outra AnÁlise Dos AnÚncios Do PÚblico
Também Eduardo Cintra Torres escreveu sobre os anúncios do jornal Público, aqui (Jornal de Negócios, de hoje). Escreve o crítico de televisão, autor e professor: Antes de analisar os anúncios vale a pena anotar o paradoxo desta e de outras campanhas...

- O Quarto AnÚncio Do PÚblico
"Eu sou o Público dos comentários, das votações, dos fóruns. Eu sou o Público do teclado que não cruza os braços. O Público sou eu". Esta é a mensagem e slogan do quarto anúncio do jornal, na página 7, sem as aspas iniciais e não indicando...

- O Segundo AnÚncio Do PÚblico
Hoje, o Público publicou o seu segundo anúncio nas páginas 2 e 3. Com o slogan O Público Sou Eu, a mensagem de hoje destaca a independência do jornal, "doa a quem doer" e "Sou o Público da Verdade". Para além do que me parece o constante da publicidade...

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PUBLICIDADE EM 1935 A VI Exposição de Rádio e Electricidade inaugurava-se em Lisboa a 16 de Novembro de 1935, quase há 70 anos atrás. O Diário de Notícias do dia seguinte trazia um caderno desenvolvido sobre o tema. Daí retiro duas imagens publicitárias...



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