Coisas e Coisas
PUBLICIDADE EM 1935A VI Exposição de Rádio e Electricidade inaugurava-se em Lisboa a 16 de Novembro de 1935, quase há 70 anos atrás. O
Diário de Notícias do dia seguinte trazia um caderno desenvolvido sobre o tema. Daí retiro duas imagens publicitárias e parcela de um texto.
O anúncio da esquerda, da marca Apex (chamado material Apex), incluía frigoríficos, aspiradores, máquinas de lavar e passar a roupa. Para a época, eram equipamentos electrodomésticos muito raros nos lares. Fixo-me no desenho da máquina de lavar roupa, onde o desenho inclui a figura de uma mulher. O sistema contempla certamente uma ligação à electricidade (dado o tema da exposição), mas parte das tarefas deviam ser manuais. A máquina possui um sistema de rodas, o que quer dizer alguma mobilidade. Vislumbra-se uma tampa, o que significa que a máquina era fechada.
A publicidade da direita é sobre receptores de rádio da marca Telefunken, modelos para o ano seguinte, que prometem trilhar "novos caminhos". Os modelos têm nomes apelativos: "Maestro", "Presidente" e "Aristokrat", indo de 1950$00 (€9,75, mas sem acompanhar a inflação) a 4500$00. O modelo "Aristikrat" parece um cofre móvel. À época seriam modelos elegantes, embora hoje nos pareçam muito pesados, limitados e ineficazes.
Retenho um comentário de uma pessoa responsável e conhecedora, nessa altura, por estas áreas: "Considerada em conjunto, a curva evolutiva da radioelectricidade atingiu, primeiro na emissão, agora na recepção, um largo e fecundo patamar. Apenas na televisão e no cinema sonoro a técnica continua ainda em modificação constante, à busca de soluções de geral satisfação, tanto no domínio científico como no plano industrial" (Paulo de Brito Aranha).
Curioso que Leitão de Barros já realizara
A severa (1932), filme sonorizado, e a lei da rádio incluísse a exploração futura de televisão pela estação pública, a Emissora Nacional, a emitir radiodifusão experimentalmente desde 1934 e oficialmente desde 1935.
Observação: as imagens, publicadas no
Diário de Notícias de 17 de Novembro de 1935, foram digitalizadas a partir de suporte em papel, fotocópia tirada do microfilme existente na Biblioteca Nacional, este já uma cópia do original do jornal. Em cada uma das transferências de suporte tecnológico há uma perda evidente de qualidade. Felizmente que se anuncia para breve o acesso a todo o arquivo do
Diário de Notícias (141 anos de jornais), embora eu não saiba preços nem condições de acesso.
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