Coisas e Coisas
AS PÁGINAS DOS MEDIA DOS DOIS JORNAIS DE REFERÊNCIA DE LISBOAUma vez mais, o
Público (uma página) perde no confronto com o
Diário de Notícias (três páginas). Para mim, custa ver um jornal ter tão pouca informação sobre os media, apesar de recentes alterações na secção.
O que nos oferecem os dois jornais? Do lado do
Diário de Notícias, uma página repartida entre um excelente artigo de Miguel Gaspar ("Zero de audiência") a fazer parceria à informação sobre audiências e pequenas mas úteis informações (colóquio no ISCSP, rubrica diária na rádio Radar, outras), mais duas páginas sobre os treze anos da TVI (Paula Brito e Sónia Correia dos Santos, mais Filipe Morais). Já do lado do
Público, o principal do noticiário vai para a rádio, por satélite e por DRM, ambos assinados por Ana Machado (AM).
Ora, o texto sobre o DRM (Digital Rádio Mondiale) parece-me ter alguns problemas de construção. Primeiro, AM diz que o Digital Rádio Mondiale promete ser a solução para todos os problemas de emissão digital na Europa, pondo como contraponto o DAB (Digital Audio Broadcasting). E serve-se da explicação de José Faustino, presidente da Associação Portuguesa de Radiodifusão, para quem o DAB não será a melhor tecnologia ("apesar de eu achar que o DAB nunca se vai conseguir impor", diz; "haverá por aí meia dúzia de pessoas com esses aparelhos. E há marcas que até já tiveram mas deixaram de fazer aparelhos DAB porque não vendiam", continua a dizer). A pergunta que apetece colocar é: qual a razão do sucesso do DAB no Reino Unido? Porque o governo e a indústria se uniram no objectivo de o promover, coisa que em Portugal não é assim, como noutros países, aliás. O DAB é uma tecnologia, como o DRM o é; logo, a sua adopção poderá ser política e não de ordem meramente económica.
Segundo, a ideia básica seria abandonar as antigas frequências do espectro radioeléctico em favor de estações digitais. No texto da jornalista, percebe-se que antigas frequências e FM seriam a mesma coisa. Errado, o DRM poderá até revitalizar as frequências de ondas médias, gama de frequências que os nossos pais ouviam mas que desapareceram quase integralmente dos nossos receptores. E ainda a gama de ondas curtas, com frequências mais altas. É como se se voltassem a cultivar terrenos há muito improdutivos mas que sabemos que são ricos.
Terceiro, e apesar de referir o IBOC americano, AM esqueceu-se de nomear o sistema japonês de rádio digital e, especialmente, a rádio pela internet. Agora que se anuncia a 3,5 geração de telefones celulares, a rádio será eventualmente ouvida pela internet dos celulares (ou dos computadores sem fios). O DAB, o DRM e outras tecnologias ficarão fora do futuro. Mas enquanto este não chegar, o DAB ou o DRM farão parte das lutas das empresas para imporem as suas tecnologias.
loading...
-
SuspensÃo Do Dab Na Rtp
A RTP pediu à Anacom a suspensão da emissão digital de rádio em sistema DAB (Digital Audio Broadcasting), aguardando uma decisão do organismo regulador (Meios & Publicidade). Sabia-se já que o sistema usado pela rádio de Estado carecia de actualização....
-
Ainda O Futuro Da RÁdio (ii)
Os últimos anos têm sido de angústia para a rádio: acaba a FM, mudam-se as frequências, avança-se para a tecnologia digital? Qual: a do DAB? Tem-se criticado a RDP por ter comprado equipamento DAB, com um custo muito elevado, e sem se avançar...
-
RÁdio Digital Em FranÇa
No passado dia 5, a ministra francesa da Cultura, Christine Albanel, assinou o decreto que confirma a adopção das tecnologias Digital Radio Mondiale (DRM) e Terrestrial Digital Multimedia Broadcasting (T-DMB) nas bandas III e L, dando um passo em frente...
-
O FIM DO DAB NA SUÉCIA No blogue Media Network Weblog, em mensagem de ontem, lê-se que o Ministro sueco da Cultura e Educação não tomará a decisão de acabar com a rede analógica de FM naquele país. O governo não forçará a estação pública...
-
HÁ OU NÃO HÁ FUTURO PARA O DAB?
As vendas de aparelhos de DAB no Reino Unido podem chegar ao milhão de unidades no próximo mês de Janeiro, encorajadas pelas vendas de Natal, prevê a BBC. Trata-se de uma projecção da Secretaria de Estado inglesa...
Coisas e Coisas