Coisas e Coisas
HIP-HOP (II)
[continuação da entrada de ontem]
Inês Pinto Correia, Joana Lopes e Vera Silva aplicaram o seu inquérito no momento em que o
rapper 50 Cent actuou no Pavilhão Atlântico (Lisboa), a 1 de Outubro do ano passado, querendo validar a hipótese: a transformação do hip-hop de cultura marginal e restrita numa cultura
mainstream. Claro que os 100 inquiridos, pela ida ao concerto, eram fãs do
rapper.
As três alunas definiram uma faixa etária consistente: 56% tinham entre 21 e 29 anos. Seguiam-se a faixa dos 16 aos 20 anos e 14% dos 10 aos 15 anos. Aqui, há uma distinção face ao texto empregue ontem ("Pública", 20 de Novembro de 2005), pois o público do 50 Cent é mais jovem que o analisado no inquérito. A minha explicação é que uma coisa é gostar do músico e outra o ter dinheiro para ir ao concerto, com os mais velhos a disporem dessa facilidade.
Como o hip-hop é um género suburbano, a Grande Lisboa representa, no inquérito, 41% da área de residência dos fãs. Igual percentagem conhece o artista há mais de três anos, pois foi nessa altura que 50 Cent foi considerado a revelação do ano. O que ilustra a actualidade dos fãs e liga o artista ao fenómeno comercial que caracteriza o género.
55% dos fãs está mais interessado no ritmo do que nas letras e na mensagem veiculada nas músicas. Estilo de vida (42%) e estilo de música (41%) são os valores mais evidentes da música transmitida pelo
rapper. Já a mensagem do hip-hop, segundo os inquiridos, pode desdobrar-se em revolta (23%), estilo de vida e sexo (19% cada), liberdade e paz (14% cada) e crítica social (12%). O público do músico tomou conhecimento dele maioritariamente através da televisão, sendo menor o conhecimento veiculado pela rádio e por amigos.
Quanto a outros estilos de música, os inquiridos referiram Rythm & Blues (31%), pop (22%), rock (18%), alternativa (8%), heavy metal (4%). E, conquanto a televisão seja a principal fonte de informação dos respondentes, a Rádio Cidade é a estação favorita, pois passa os três principais géneros musicais de preferência. E 59% declarariam fazer downloads das músicas, com 12% a afirmarem comprar merchandising do artista.
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