Considerações sobre minha alimentação atual
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Considerações sobre minha alimentação atual


Faz muito pouco tempo que cheguei a uma constatação que creio ser quase inequívoca com relação à alimentação e que me leva a crer que, muito provavelmente, veremos uma modificação nos hábitos alimentares da população humana ao longo do tempo.

Parece-me que o ser humano, assim como os outros animais, sempre viveu em um mundo onde era preciso alimentar-se a todo o custo, comer o máximo possível sempre, pois nunca se sabia ao certo se seria possível conseguir alimento no dia seguinte. Muitos animais, por exemplo, quando lhe é apresentada uma quantidade interminável de alimentos, comem até morrer, sendo incapazes de interromper sua alimentação. Sinto essa tendência da seleção natural atuar em mim. Gosto de comer, tenho alto prazer gastrônomico e comeria muito mais se não conseguisse me conter racionalmente. Parece que com o desenvolvimento das monoculturas, passamos o tempo do modernismo a nos fartarmos de comida, o que gerou um aumento na obesidade dos humanos. No pós-modernismo parece que estamos percebendo que não precisamos de tanta comida e na Europa há uma grande parcela da população que é vegetariana.

Até pouco tempo atrás, eu almoçava todos os dias em um self-service onde comia cerca de 800 gramas de uma dieta rica em proteínas e carboidratos. Aos poucos fui aumentando as fibras da dieta, até quando resolvi racionalizar de vez a questão: dois argumentos principais me levaram à decisão de deveria comer menos e melhor. O primeiro está ligado ao fato de que parece óbvio que, embora a magreza (em excesso) também possa ser vista como doença, é mais saudável ser magro que gordo. O gordo tem mais riscos de aterosclerose e, consequentemente, de ser vítima de tromboses e aneurismas, dentre tantos outros problemas que poderia citar aqui. O magro, desde que apresente uma dieta balanceada, não parece ter riscos aumentados de nenhuma doença em especial. O segundo argumento é o recente estudo em animais sob o que os cientistas chamam de restrição calórica. A esses animais é dada apenas a quantidade de alimentação suficiente para que eles sobrevivam. Estudos em moscas e camundongos mostram que animais sob restrição calórica chega a viver até duas vezes mais do que animais em condições normais. A conclusão é óbvia: comer mata.

Assim, mudei de hábitos. Tomo agora um leite com toddy e café pela manhã; uma vitamina de banana, maçã, leite e granola ao meio-dia, uma barra de cereal no meio da tarde e, finalmente, tenho hoje como minha refeição principal do dia, a janta. Um prato pequeno de arroz integral, feijão, alface e carne; além de mais um prato bastante bem servido de sopa de carnes, macarrão e legumes fecham minha alimentação diária no bandejão da UFMG, a R$2,50. Às vezes ainda como mais alguma coisinha antes de dormir e aí pode ser qualquer coisa.

É claro que esta é minha alimentação de um dia de semana normal. Uma ou outra vez durante a semana acabou preferindo comer um self-service, um cachorro-quente, um eggcheeseburguer (nunca com bacon) ou até uma pizza. Além disso, continuo com bastante regularidade fumando só de sarro e bebendo só de pirraça pois que, meu caro amigo, também sem um cigarro sem a cachaça, ninguém segura esse rojão! Chico Buarque o Francis Hime que o digam!



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