Coisas e Coisas
To dente or not to dente
Vera Lagoa teve uma coluna muito lida no
Diário Popular ao longo da década de 1960 e primeira metade da de 1970. Festas, recados e sugestões sociais, programas culturais (mais na versão moderna de
socialites) e comentários irónicos constituíam algumas das linhas da sua coluna Bisbilhotices. Em 1968, ela fez sair um volume com os textos de anos anteriores. Um deles foi intitulado
To Dente or Not Dente e era uma crítica a programa de rádio (24 de julho de 1966). Melhor, a uma locutora e produtora a falar de uma receita culinária. Como figurava um dente de alho na receita, a locutora acabou o seu comentário a dizer:
To Dente or Not to Dente.
O texto de Vera Lagoa aponta o primeiro nome da locutora, o que nos leva a Maria Carlota Álvares da Guerra (mãe do jornalista João Paulo Guerra e da atriz Maria do Céu Guerra). A locutora, mas também autora de livros, não teria ficado nada satisfeita com esta crítica. E, de imediato, reagiu, conforme se lê no blogue de João Paulo Guerra: "Uma vez a Vera Lagoa – que nutria pela minha mãe um ódio de estimação amplamente retribuído – atreveu-se a meter-se com ela numa crítica no
Diário Popular, zurzindo uma crónica da rádio. Maria Armanda Falcão, o nome real de Vera Lagoa, tinha-se separado recentemente de José Tengarrinha e, na resposta à crítica venenosa no
Diário Popular, a Maria Carlota escreveu, ainda com mais veneno, qualquer coisa como isto: «Para que você me atingisse precisaria de ter garra. E você já nem sequer tem garrinha»".
Tengarrinha seria, nas décadas seguintes, conhecido como historiador, docente universitário e líder político (MDP-CDE). O livro de Vera Lagoa,
Bisbilhotices, foi editado pela Ibis.
[agradeço ao meu amigo e colega Gonçalo Pereira Rosa o ter-me indicado o livro, por ele conter alguns comentários sobre rádio. A minha leitura e a retirada deste texto foi imediata]
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