No final da projecção do filme Mamma Mia (2008), alguns jovens na fila de trás do cinema comentavam: "o cinema devia ser todo assim". O "todo assim" queria significar a alegria dos espectadores em assistir a um filme musical, leve e alegre. A história centrava-se à volta de Donna (Meryl Streep), dona de um pequeno hotel numa ilha grega muito procurado por turistas, e da sua filha Sophie (Amanda Seyfried), de vinte anos e que ia casar. A jovem tinha um pequeno problema - não conhecia o pai. A partir de um velho diário da mãe, descobre três possíveis candidatos e convida-os, na esperança de descobrir o verdadeiro pai para a acompanhar na cerimónia da igreja. O filme, com música dos Abba, uma banda sueca muito conhecida há poucas décadas atrás, foi um grande sucesso de bilheteira.
Dois anos depois, aparece uma nova Sophie (interpretada de novo por Amanda Seyfried), rapariga americana que vai passar uma espécie de pré-lua de mel na Itália e encontra uma carta não respondida para Julieta, com cinquenta anos de atraso. Sophie, temporariamente integrada na equipa de secretárias que escrevem em nome da apaixonada de Romeu, acompanha Claire (Vanessa Redgrave) na descoberta dessa velha paixão pelas quintas e montes da Toscânia, a partir de Verona. Cartas para Julieta (2010), para além da personagem Sophie, tem muitas semelhanças (género idêntico, história romântica, paisagens e música da época da juventude de Claire, casamento da jovem que, em simultâneo, quer resolver o problema amoroso de alguém da geração anterior), o que provoca reacções iguais nos espectadores. Ouvi comentários de agrado dos espectadores durante a projecção do filme, continuados a seguir ao final da história.
Não sei se as semelhanças significam igual sucesso de bilheteira, mas é interessante ver que o cinema procura copiar estruturas de êxito nos filmes lançados pouco tempo um do outro.
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