SOBRE A DIRECÇÃO DO JORNAL PÚBLICO
Coisas e Coisas

SOBRE A DIRECÇÃO DO JORNAL PÚBLICO


Na newsletter de ontem da Briefing, noticia-se que:

Claro que a administração do jornal Público faz o que entender do meio de que é proprietária, mas há, a meu ver, erros graves no que está a fazer ao jornal. Como leitor do jornal em papel não deixo de temer pelas consequências desses erros, que podem passar pelo desaparecimento do jornal - e o país não se pode dar ao luxo de perder jornais de qualidade - ou pela venda a um grupo que desvirtue a linha editorial do jornal.

Paulo Ferreira segue as peugadas de outros jornalistas de peso do jornal, o último dos quais José Vítor Malheiro. José Manuel Fernandes, mesmo com a questão das "escutas" em Belém (hoje, volta a defender o que parece óbvio não poder defender), ao sair deixa um sentido de perda, pois os mais antigos do jornal estão a desaparecer, quando a comemoração dos vinte anos do jornal, a aproximar-se no tempo, deveria mostrar uma grande vitalidade do jornalismo de qualidade e de investigação. O jornal fragiliza-se, pois perde memória e respeitabilidade conferida pelos seus jornalistas. Aliás, a vida de uma democracia faz-se mais com jornais com força do que discursos frágeis e pretensas lutas entre órgãos de soberania que não interessam a ninguém. Há muitos anos que penso que o Público, e outros media, são um dos grandes garantes da democracia, mesmo que discorde do que os jornalistas A ou B escrevam.

Confesso que, quando se começou a falar da substituição do director, o nome que me veio à baila foi o de Miguel Gaspar, jornalista de provas dadas nomeadamente no Diário de Notícias e em especial na fase difícil de transição da direcção de António José Teixeira para a de João Marcelino. Gaspar é um jornalista que olha o mundo político e a cultura de modo independente e profundo, que coloca equações ao que analisa e não simples "acho que". Bárbara Reis tem a vantagem de ser mulher, quando os media são dominados pelo género masculino e isso não é bom. Ela fez um percurso interessante: correspondente do jornal em Nova Iorque, assessora de imprensa em Timor-Leste. Mas há uma questão de visibilidade pública e de margem de manobra face a problemas complicados dentro e fora do jornal. Por exemplo: para o leitor, não é importante reconhecer a anterior capacidade editorial do novo director? Vai haver refundação do jornal? Ou, se a Sonae decidir vender o jornal, a força simbólica do director não irá pesar?



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