Coisas e Coisas
RECURSOS HUMANOS NOS MEDIA
A
newsletter de Dezembro do
Obercom, distribuida hoje, traz um importante
working report sobre
A gestão de recursos humanos nas redacções dos mass media em Portugal (texto de Gustavo Cardoso e Sandra Amaral).
Os dados recolhidos e trabalhados - a partir de inquérito aplicado a 341 jornalistas e observação participante em redacções de jornais, televisões e rádios nacionais (estudo do CIES/ISCTE) - indicam que "as edições on-line não constituem uma prioridade em termos de uma gestão de recursos humanos orientada estrategicamente para os seus profissionais e público, e que o aceleramento da concorrência inter-media põe, de certa forma, em causa um modelo de jornalismo vigente até há poucos anos".
O
working report do Obercom refere que, "Nas redacções dos principais mass media portugueses, predominam os jornalistas detentores de carteira profissional (95,6%), nascidos nas décadas de 70 (47,2%) e de 60 (34,3%), com idades compreendidas entre os 34 e os 44 anos, e com um nível de escolaridade médio ou superior (70,3%) na área da Informação e Jornalismo (68,4%)" (pág. 6).
Ainda na mesma página, pode ler-se: "Nas redacções de Televisão destacam-se os jornalistas que trabalharam noutras estações televisivas (40,0%), seguidos dos que provêm da Imprensa (20,0%). Nas redacções dos jornais predominam, igualmente, os jornalistas que trabalharam noutros jornais (48,1%), seguidos daqueles que trabalharam em revistas (33,3%). A excepção, em Portugal, centra-se no sector da Rádio, destacando-se os jornalistas provenientes da Imprensa (33,3%), seguidos daqueles que trabalharam noutras rádios (20,0%). É, também, nas redacções da Rádio que se concentra a maior número de jornalistas (20,0%) cujo percurso profissional inclui o desempenho da profissão em edições digitais, seguindo-se as redacções de Televisão (13,3%). Note-se, ainda, que nas redacções da Imprensa mas também nas redacções de Rádio são poucos os jornalistas que alguma vez trabalharam em televisão".
Seguindo o mesmo documento: "Para a generalidade dos jornalistas, com destaque para os jornalistas da Imprensa (94,6%) e de Televisão (93,8%), a quantidade e a diversidade de informação constituem as principais mais-valias da Internet em contexto jornalístico. Segue-se a flexibilidade de tempo e de lugar – destacadas sobretudo pelos jornalistas de Televisão (78,4%), seguidos dos jornalistas da Imprensa (73,4%) e de Rádio (63,5%)" (pág. 13).
Como conclusões, os autores consideram que: 1) a internet aproximou os jornalistas dos vários media em termos de práticas, 2) mantém-se o papel de
gatekeeper, 3) as edições on-line não são uma prioridade, 4) a chegada da internet não significou muitas mudanças nos jornalistas quanto ao "regime de trabalho, carga horária, volume de trabalho na redacção e contacto com as fontes", 5) não há uma "optimização das estratégias e ferramentas de gestão dos recursos humanos nas redacções, com destaque para as politicas de desenvolvimento das competências dos jornalistas", 6) os gestores dos media não revelaram muita abertura em termos de inovação.
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