PINTURAS DO TECTO DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA (GUIMARÃES)
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PINTURAS DO TECTO DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA (GUIMARÃES)



Maria Miguel Pereira apresentou, na passada sexta-feira dia 10, uma dissertação de licenciatura em Comunicação Social e Cultural da Universidade Católica versando as pinturas do tecto de Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães.

A igreja deve ter começado a ser construída antes de 949. Depois, D. Afonso Henriques e João I terão sido responsáveis pelo seu crescimento, o primeiro apoiando o mosteiro e a colegiada (local de habitação de frades); o segundo, sendo um grande devoto da senhora da Oliveira em especial após a batalha de Aljubarrota, reformou a velha igreja (1387). O templo , inicialmente de matriz latina bizantina, passou a românico, transformou-se em gótico e sofreu ainda acrescentos estilísticos em séculos posteriores. Alguns dos materiais encontram-se também no museu de Alberto Sampaio (Guimarães), nomeadamente o tesouro da colegiada.

A pesquisa de Maria Miguel Pereira consistiu fundamentalmente no estudo das pinturas que se situam no tecto da igreja, na nave central e nos braços do transepto. A data das pinturas anda à volta de 1387-1425, não se sabendo exactamente quem foi o seu ou seus autores. Situadas à altura de 14 metros, as pinturas são invisíveis aos olhos dos fiéis que circulam na igreja.


Seguindo trabalhos anteriores de investigação, a agora jovem licenciada dividiu o conjunto das pinturas em cinco grupos distintos: motivos decorativos, cenas de género, heráldica, temática religiosa e bestiário. Representações da Anunciação a Nossa Senhora, fuga de Maria, José e Jesus para o Egipto, cenas de guerra e de caça, dragões e grifos, cães e lobos, harpia e luta de homens com centauros fazem parte de uma colecção muito rica de imagens.

A investigadora conclui pela necessidade de tornar públicas estas pinturas através de acções no local e da sua dinamização através de folhetos, internet e encontros internacionais. Além disso, sendo um trabalho actual sobre um espaço de património muito rico, a minha sugestão vai no sentido de ser publicada a monografia, com alterações adequadas a uma edição. Guimarães (a sua autarquia ou alguma entidade local), agora projectada como capital europeia da cultura, bem pode apoiar a publicação e aproveitar as propostas de dinamização da igreja e as pinturas do seu tecto presentes no texto.


As indústrias criativas e culturais da região (turismo, publicidade e promoção de eventos), edição (folhetos, eventual publicação do texto de Maria Miguel Pereira) e audiovisuais lucrariam, tudo dentro do conjunto de eventos que irão projectar a cidade nesse acontecimento europeu.


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