Coisas e Coisas
O Rei do Camarote agregou valor ao jornalismo
Quando o jornalista da Vejinha que entrevistou o Rei do Camarote resolveu dar mil explicações para provar que sua reportagem era, sim, verídica, pensei: “fodeu de vez”.
Um repórter suplicando “acredite em mim, meu amor, e não no batom que estão inventando para a minha cueca” é algo muito mais sério do que simplesmente saber se Alexander de Almeida é um boçal real ou um boçal fake.
Ok, assim como a minha ex-mulher, a imprensa nunca foi 100% honesta, mas ao menos parecia honesta. Parece que nem parecer ela parece mais.
Apesar do meu “fodeu de vez” e do quê de desalento do início deste texto, a discussão toda que rolou em torno da verdade ou não da história foi ótima.
Se antes a grande imprensa era a dona de uma verdade absoluta, hoje a pluralidade de informações, contrainformações, subversões e opiniões deixou tudo muito relativo.
E tudo muito maluco também. E a bagunça que virou a circulação da informação nos obriga a pensar e questionar cada vez mais.
O que é verdade, afinal? E o que não é? Em quem confiar?
O jornalista sempre teve o dever de ser um sujeito desconfiado. Agora esta missão é de todo mundo que consome informação.
É claro que muito leitor acostumado à passividade vai achar que desconfiar dá um trabalhão danado, que ainda é melhor uma verdade mastigada. Tenho mesmo que me importar com cuecas e seus batons?
Mas outros tantos vão despertar. E este despertar é urgente.
Mesmo sem querer, a Vejinha, o repórter cheio de explicações e seu rei boçal (real ou não) ajudaram a agregar valor ao jornalismo.
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