Coisas e Coisas
MCLUHAN EM PORTUGUÊS
Com chancela da editora Relógio d'Água, saiu agora a edição portuguesa do livro de Marshall McLuhan Compreender os Meios de Comunicação - Extensões do Homem, tradução do original Understanding Media, de 1964 (recorde-se que, no Brasil, já existe uma tradução desde 1979, de que reproduzo a capa aqui ao lado).
Trata-se de uma edição importante, e que eu saudo a generosidade do editor nacional, pois as obras de McLuhan, apesar de muito se falar e escrever sobre ele, não são muito lidas em Portugal.
Neste livro, McLuhan, o profeta da internet (como o redescobriu a revista Wired) fala do vestuário, das rodas do automóvel e do computador como extensões do homem. Mas também põe em comparação os mundos da imprensa (domínios do visual, mecânico, sequência, centro, contínuo e do homem tipográfico) e da electrónica (domínios do táctil, orgânico, simultâneo, improviso, margem, descontínuo).Understanding Media seria o livro que transformou um anónimo professor de literatura inglesa num dos mais famosos cientistas sociais da sua época, mesmo uma celebridade da televisão (talk shows) e dos media em geral (e congressos e comunicações públicas). Com ele, termos como media, aldeia global e idade da informação tornar-se-iam comuns. O canadiano partia de duas revoluções tecnológicas que se sobrepunham à ordem política e estética instituídas: a invenção da imprensa em meados do século XV, que levaria os indivíduos a pensarem de modo linear seguindo a disposição das linhas tipográficas, e as aplicações da electricidade desde finais do século XIX (telégrafo, telefone, televisão, computador), em que os indivíduos adquiririam novos modelos de percepção de modo a se adaptarem aos protocolos do ciberespaço (a partir de Lewis H. Lapham, introdutor de uma das edições inglesas do livro). Então, McLuhan tinha 52 anos.Uma das ideias fulcrais de Understanding Media é a distinção entre meios frios e meios quentes: a televisão é um meio frio, levando o espectador a fazer muito esforço para compreender a imagem que se lhe depara; o cinema é um meio quente, pois a imagem aparece nítida. A caricatura é um meio frio, a fotografia um meio quente. Outro capítulo essencial da obra tem por título O meio é a mensagem, uma das frases que fizeram a fortuna de McLuhan, para quem o conteúdo é menos importante do que o meio que o transmite.
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Mcluhan (sobre)
[...] nos livros podemos ler que, quando o livro surgiu, foi condenado porque as pessoas questionavam como se podia estudar pelos livros sem a autoridade do professor. Agora dizemos: como podemos ter a televisão em sala de aula sem a autorização do...
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Sobre Marshall Mcluhan
Originalmente tese de mestrado defendida em 2003, e alterada e ampliada para edição, o livro de Filipa Subtil aborda o trabalho de um dos mais originais pensadores do século XX no campo da comunicação. Canadiano, McLuhan (1911-1980) foi professor...
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Mcluhan Visto Por Filipa Subtil
No livro Compreender os media. As extensões de Marshall McLuhan, Filipa Subtil argumenta que a perspectiva de McLuhan rompe com a visão instrumental das técnicas de comunicação e afirma a sua importância como meios com capacidade para alterar o...
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Filipa Subtil Escreve Sobre Mcluhan
Sei apenas que o título é Compreender os Media. As Extensões de Marshall McLuhan e é editado pela MinervaCoimbra. Certamente um muito importante livro sobre aquele autor canadiano! Resposta a um dos comentadores desta mensagem (não consigo escrever...
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SOBRE MARSHALL MCLUHAN
[a partir de: Em Griffin, A first look at communication theory, McGraw-Hill, 1994, pp. 332-343]
McLuhan divide a história da humanidade em quatro períodos ou épocas - tribal, literária, impressa e electrónica. As invenções...
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