JORNALISMO E MERCADO DE TRABALHO
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JORNALISMO E MERCADO DE TRABALHO


O mercado de trabalho do jornalismo foi estável ao longo de décadas, mas mudou radicalmente (Singer, 2011: 103). Um terço dos jornalistas são freelancers, fazem parte de uma pool de talentos subutilizados (Hesmondhalgh, 2007). A combinação entre precariedade de trabalho, regime crescente de trabalho freelancer, difícil contexto económico dos media financiados pela publicidade e mudança do poder dos jornalistas para as audiências e os empregadores colocam um conjunto de mudanças e desafios particulares nas empresas de media (Deuze e Fortunati, 2011: 113). Inquéritos identificados por estes dois autores indicam que os jornalistas entendem a difícil e complexa situação da gestão dos media na actualidade mas ainda se interrogam sobre os factores que motivam a mudança. Por outro lado, é realçada a necessidade em investir na comunicação, formação, incentivos e recompensas. As mudanças ocorrem em simultâneo com emagrecimentos (downsizings) e layoffs, associados a equipas mais pequenas, orçamentos mais baixos e menores recursos. A negociação do contrato individual resulta em deterioração das condições de trabalho dos jornalistas: salários mais baixos, menos segurança laboral e relações de trabalho mais eventuais (número variável de horas de trabalho, rotação de emprego, flexibilização de horários). Olhando para a organização contemporânea de trabalho em situação transnacional, conclui-se pela criação de uma força de trabalho mais flexível, multitarefas e com muita mobilidade. Isto tem consequências na qualidade das notícias produzidas.

Leituras: Deuze, Mark, e Leopoldina Fortunati (2011). "Atypical newswork, atypical media management". In Mark Deuze (ed.) Managing media work. Los Angeles, Londres, Nova Deli, Singapura e Washington: Sage
Singer, Janet (2011). "Journalism in a network". In Mark Deuze (ed.) Managing media work. Los Angeles, Londres, Nova Deli, Singapura e Washington: Sage
Hesmondhalgh, David (2007). Cultural industries. Londres: Sage



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