JORNALISMO
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Foi agora distribuído o número 34 da revista Jornalismo & Jornalistas (Abril/Junho). Destaco o tema principal, a imprensa gratuita, e a entrevista de Michael Schudson.

Sobre a imprensa gratuita, Helena de Sousa Freitas (Lusa) começa por ouvir os directores daquele tipo de jornais. Um deles disse: "as grandes cidades têm hoje um conjunto de pessoas activas com um poder de compra bem inferior ao que seria desejável". Outro acrescentou: "A vida acelerada dessas pessoas não lhes permite ler jornais com tanta profundidade". E um responsável por um dos jornais concluiu que os jornais pagos não se moldaram "à evolução de uma sociedade em que o ritmo de vida das pessoas durante a semana é incompatível com páginas e páginas de notícias demasiado longas". Posição contrariada por um dos directores: "julgo que sobreviverão sempre os jornais pagos que acrescentarem o comentário, a análise cuidada e aprofundada, a reportagem no local, a opinião".


A jornalista escreve também sobre os projectos que se goraram. Um responsável por um destes projectos falhados desabafa que faltou "uma estrutura muito forte na área comercial", havendo necessidade de "existir um grande grupo por detrás", reflecte outro interveniente no sector. O que significa que a publicidade é fundamental para a criação e manutenção dos gratuitos.

Estão aqui, se quisermos, os principais argumentos presentes na discussão entre jornais pagos e gratuitos. Os directores destes últimos têm consciência dos limites dos seus jornais, como os responsáveis dos pagos também sabem o que corre bem e o que corre mal nas suas empresas.

Do conjunto de peças assinadas por Helena de Sousa Freitas, a minha atenção foi ainda para uma entrevista com João Vieira, que escreveu uma tese (presumo de licenciatura) sobre os jornais gratuitos e o contributo para a leitura. Vieira entende que os gratuitos transportam uma informação complementar, proporcionando uma leitura rápida dos principais acontecimentos da actualidade em tempos mortos (viagens casa/trabalho e de retorno), mas não dispensam leituras aprofundadas nos media mais clássicos (televisão, jornal, internet).



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