Coisas e Coisas
FRONTEIRA EM MCLUHAN (I)
Uma fronteira é uma separação física, cultural, política, ideológica, pondo lado a lado grupos sociais que se respeitam ou que têm elementos em litígio. A fronteira de um país significa quase sempre uma cultura diferente, com língua e costumes particulares. Mas, numa cidade, um bairro pode representar características comuns face aos bairros limítrofes.
Marshall McLuhan, na esteira de Harold Innis, estudou as relações e as comparações das fronteiras entre os Estados Unidos e o Canadá e também as fronteiras que se iam desfazendo à medida que a colonização ocidental caminhava em direcção ao ocidente do país, no Pacífico. Com toda a carga afectiva, cultural, de supremacia da nova cultura – ao mesmo tempo que as tecnologias iam marcando essa nova superioridade. Para McLuhan, o Canadá foi, ao longo do século XIX, uma fronteira típica – física e de informação. Acrescento eu: e de poder. A fronteira tem o valor de interface e em processo complexo de mudança, alargando os poderes de percepção e crescimento humanos.
As fronteiras, dizia o professor canadiano, têm muitos padrões que podem ser difíceis de perceber. A fronteira americana tornou-se visível como factor social e geográfico com o advento do telégrafo, que eliminou a geografia. O aparecimento do telégrafo interiorizou o ambiente antigo. No Canadá, a linha do caminho de ferro criou uma espécie de unidade no espaço, como nova fronteira no espaço e no tempo. Após a eliminação do padrão geográfico dado pelo caminho de ferro, este foi substituído pelo impacto da informação eléctrica (telégrafo). O que quer dizer que o marcador da fronteira foi dado pela expansão do comboio em direcção ao Pacífico, acompanhado pelo telégrafo.
Leitura: Stephanie McLuhan e David Staines (org.) (2005).
McLuhan por McLuhan. Rio de Janeiro: Ediouro
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Fronteira Em Mcluhan (iii)
[continuação da mensagem de 8 de Junho de 2010] Relembra McLuhan que Harold Innis desenvolveu uma aguda consciência da tradição oral no mundo antigo, isto como resultado dos seus estudos sobre o mundo moderno [Stephanie McLuhan e David Staines (org.)...
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NoticiÁrio
Acho que uma das funções do noticiário é provocar uma tempestade tão violenta que só se possa dissipá-la com a cobertura. A cobertura elimina a pressão, pode-se resolver uma situação dando-lhe a máxima cobertura. De um certo ponto de vista,...
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Notas Para Uma Aula De Teoria Da ComunicaÇÃo (6)
A tese de doutoramento de Harold Innis (1894-1952) foi sobre a geografia histórica da linha ferroviária Canadian Pacific, que ligava o país de costa a costa. Innis descobrira que o caminho de ferro cobria o velho percurso do comércio das peles, e...
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Mcluhan (sobre)
[...] nos livros podemos ler que, quando o livro surgiu, foi condenado porque as pessoas questionavam como se podia estudar pelos livros sem a autoridade do professor. Agora dizemos: como podemos ter a televisão em sala de aula sem a autorização do...
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ESCOLA CANADIANA DE COMUNICAÇÃO (II) Harold Innis [este texto segue muito de perto a obra de James W. Carey, Communication as culture, editada em 1992] O modelo cultural norte-americano entende ser o crescimento da tecnologia em geral – imprensa,...
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