O Instituto Nacional de Estatística já revelou estes dados em Dezembro de 2013, mas só agora olhei atentamente para eles. Assim, apesar de muito atrasados (dois anos é já muito tempo), reflecti um pouco sobre eles.
Em termos de emprego nas actividades culturais e criativas, em 2012, segundo os dados do Inquérito ao Emprego, "a população empregada nas actividades culturais e criativas era de 78,6 mil pessoas. Destas, 53,1% são homens; 62,1% têm entre 25 e 44 anos e mais de um terço têm como nível de escolaridade completo o ensino Superior (37,8%)". Já quanto a profissões culturais e criativas, no mesmo ano, evidenciavam-se as de "Trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares (30,4%), Arquitectos, urbanistas, agrimensores e designers (20,8%), artistas criativos e das artes do espectáculo e Autores, jornalistas e linguistas representavam, respectivamente, 12,7% e 7,3% no total das profissões culturais e criativas". Com dados de 2011, o número de empresas com actividade principal nas áreas culturais e criativas era de 53064, destacando-se as classificadas nas actividades das artes do espectáculo (27,9%), actividades de arquitectura” (16,4%), comércio a retalho de jornais, revistas e artigos de papelaria, em estabelecimentos especializados (11,4%) e criação artística e literária (10,1%).
Dos 345 Museus considerados para fins estatísticos registaram-se 10,1 milhões de visitantes. Destes, 39,1% entraram gratuitamente, 31,9% eram estrangeiros, 15,3% eram visitantes inseridos em grupos escolares e 7,8% visitaram as exposições temporárias dos museus considerados. De acordo com o estudo das Estatísticas da Cultura 2012, "Por tipo de museu, os mais visitados foram os Museus de Arte (29,6%) seguidos dos Museus de História (23,8%), Museus Especializados (14,4%) e os Museus Mistos e Pluridisciplinares (9,8%). Tomando como referência o número médio anual de visitantes por museu (29 mil pessoas), verificou-se que os Museus de História foram os que registaram o número médio anual mais elevado, 61 mil visitantes, seguidos dos Museus do Território com 47 mil visitantes. Os Museus de Etnografia e de Antropologia e os Outros Museus foram os que apresentaram menor número médio anual de visitantes, cerca de 5 mil e 9 mil, respectivamente". Das artes plásticas, o estudo fez um levantamento de 803 espaços considerados Galerias de Arte e Outros Espaços de Exposições Temporárias. Em 2012, "realizaram-se 5854 exposições temporárias, das quais 55,7% foram exposições individuais. Na região Norte continuou a realizar-se o maior número de exposições (30,4%), seguida das regiões Lisboa (27,6%) e Centro (22,4%). Do total de obras expostas (234 563) destacaram-se as de Pintura (21,1%), Fotografia (15,1%), Decoração/artesanato e as de Coleccionação, ambas com 7,5%, e as classificadas em Documental (7,2%)".
Das publicações periódicas, em 2012 as "1399 publicações periódicas consideradas registaram 25 398 edições anuais, 518 milhões de exemplares de tiragem total, e 395,2 milhões de exemplares de circulação total, dos quais foram vendidos 276,5 milhões de exemplares. Face ao ano anterior, os materiais impressos registaram quebras acentuadas na circulação total (-32,9%), tiragem total (-28,1%), número de exemplares vendidos (-12,3%), número de publicações (-7,5%) e de edições (-7%)".
No tocante a número de recintos de cinema, com informação vinda do ICA - Instituto do Cinema, Audiovisual (de acordo com o projecto de informatização das bilheteiras), em 2012, havia 160, correspondendo a 551 ecrãs e 107822 lugares. Nos recintos referidos foram exibidos 877 filmes (291 em estreia), com 635051 sessões de cinema e um total de 13,8 milhões de espectadores. Registaram-se 74 milhões de euros de receitas de bilheteira. Face a 2011, realizaram-se menos 36 mil sessões (-5,3%) e verificou-se uma diminuição de 12% nos/as espectadores e de 7,4% nas receitas de bilheteira.
Para os espectáculos ao vivo, em 2012 realizaram-se 27566 sessões, com um total de 8,7 milhões de espectadores. Desses, 3,5 milhões pagaram bilhete, gerando receitas no valor de 65,6 milhões de euros". Face a 2011, os valores registados representariam acréscimos nas sessões promovidas (6,6%) em espectadores (2,9%) e receitas de bilheteira (17,7%). As modalidades de espectáculo ao vivo com maior número de espectadores foram: concertos de música rock/pop (1,7 milhões), teatro (1,5 milhões) e música popular e tradicional portuguesa (1 milhão) seguidos do outro estilo de música (857,9 mil) e das mistas/variedades (801,3 mil). As modalidades de espetáculo com menor número de espectadores foram: ópera (50,1 mil), recitais de coros (91,8 mil) e jazz/blues (94,7 mil). Segundo o estudo, "em termos de preço médio do bilhete de ingresso, a modalidade de espectáculo ao vivo concertos de música rock/pop foi a que registou o preço médio mais elevado (35,2 euros), seguida do circo (19,5 euros) e da dança clássica (16,2 euros). As modalidades em que se praticou o preço médio mais baixo foram o folclore (6,2 euros) e os recitais de coros (6,8 euros)".
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