De 2002 a 2006, abriram mais de 130 recintos em todo o país, entre bibliotecas, museus, teatros e centros culturais, alargando a oferta de programação e com melhores condições de acesso à cultura. Isso quer dizer que as autarquias têm dado um relevo especial à agenda da cultura.
Entre 1986 e 2003, houve um crescimento na evolução da despesa dos municípios (613%), mas processa-se uma inversão desde então, reflexo da crise económica. Por seu lado, o investimento do Ministério da Cultura foi mais elevado em 2001 e 2002.
O Plano Estratégico 2008-2015 distingue, no caso específico das artes do espectáculo, o finalizar o projecto de construção de teatros e cineteatros (financiados pelo POC/FEDER). O programa Difusão das Artes do espectáculo esteve em vigor em 2000-2002, complementando as redes de recintos. Há hoje mais espectáculos, festivais e eventos de rua. Contudo, processou-se uma quebra de público. A razão reside na oferta demasiado elevada face aos recursos financeiros e tempo disponível da população.
O texto agora disponível dá uma ênfase especial aos espectáculos promovidos pela ARTEMREDE - Teatros Associados, com 9253 espectadores em 2005 e 16740 em 2007. Quanto a formação, a associação realizou cursos de operador de som e imagem, técnico de palco, serviços educativos, gestão e programação de teatros municipais, marketing cultural e relações públicas, e-comunicação, percursos pela arte e cultura do século XX e outros. O plano mostra igualmente a importância da cultura em rede, com espaços de debate e reuniões. Nos anos de 2005 a 2007, o orçamento de promoção de espectáculos e actividades culturais alcançou cerca de 317 mil euros e as receitas atingiram um total de mais de 70 mil euros, enquanto os hotéis locais registaram ganhos de quase 48 mil euros e as gráficas locais um crescimento de quase 56 mil euros.
Das principais metas de consolidação e crescimento, o plano aponta cinco: novos associados (mais 5 a 10), orçamento de programação (aumento de 5% ao ano), públicos (mais 10% ao ano), criação artística (um mínimo de dois espectáculos novos por ano) e mecenato (correspondente a 5% do orçamento de programação). Desse modo, os eixos de intervenção estratégicos são seis: programação, públicos, formação, qualificação da gestão e funcionamento, sustentabilidade, governação e cultura de rede.
Os associados da ARTEMREDE - Teatros Associados são os municípios de (por ordem alfabética) Abrantes, Alcanena, Alçobaça, Almada, Almeirim, Barreiro, Cartaxo, Entroncamento, Moita, Montijo, Nazaré, Palmela, Santarém, Sintra, Sobral de Monte Agraço e Torres Novas. A meu ver, concelhos importantes como Cascais e Oeiras deveriam pertencer a esta associação.
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